Um dia antes de ser encontrada morta em um apartamento na cidade de Narita, no Japão, Amanda Borges da Silva, de 30 anos, publicou em suas redes sociais uma mensagem sobre a segurança do país. A jovem goiana havia esquecido uma mochila com dinheiro e passaporte em um trem e conseguiu recuperá-la, o que a deixou impressionada.
“Gente, o Japão é muito seguro. Sério, fiquei impressionada. Que país que você vai perder a sua mochila com dinheiro e eles vão te devolver ela intacta? Aqui é incrível, por isso quero mudar pra cá”, escreveu, em um story do Instagram.
Amanda estava fora do Brasil desde março e chegou a comentar com a mãe, Valdeina Borges, sobre o desejo de morar no Japão. Em entrevista à TV Anhanguera, Valdeina contou que a filha relatou o ocorrido da mochila e voltou a destacar como se sentia segura no país asiático.

Apesar da vontade de se mudar, Amanda também tinha planos de retornar ao Brasil. Segundo Valdeina, a filha pretendia visitar a família em Caldazinha, na região metropolitana de Goiânia, no fim de maio. “Ia reunir com a família toda, gostava de fazer churrasco. Ela falou que no Dia das Mães não dava pra vir, mas que dia 20 ela viria, mas não deu certo”, lamentou.
A tia da jovem, Eunice Borges Bezerra, também falou sobre o retorno planejado por Amanda e lamentou a morte precoce: “Muito estudiosa mesmo, inteligente… Uma moça maravilhosa. Vai fazer muita falta para todos nós”.
Entenda o caso
Amanda foi encontrada morta na madrugada da última quinta-feira (1º). De acordo com o amigo James Fernandes, ela deveria ter embarcado para o Brasil poucas horas antes. “Ela foi localizada ali próximo ao aeroporto de Narita, em Tóquio, foi na madrugada de ontem para hoje. O voo dela era quinta-feira. Ela estava fora do Brasil desde março”, disse James, ao g1.

A polícia do Japão prendeu, neste sábado (3), um homem suspeito de envolvimento na morte da brasileira, cujo corpo foi localizado em um apartamento. De acordo com a imprensa japonesa, o suspeito, de 31 anos, vivia no imóvel onde Amanda foi encontrada. A emissora estatal NHK identificou o homem como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, cidadão do Sri Lanka que está atualmente desempregado.
Udayanga foi detido sob a acusação de incêndio criminoso. As autoridades ainda apuram qual era a ligação dele com Amanda Borges. Conforme a polícia japonesa, mesmo após notar o início das chamas no interior do imóvel, ele deixou o local sem tentar conter o fogo, o que permitiu que as chamas se espalhassem rapidamente.

Em depoimento às autoridades, Udayanga confessou que não tentou conter o incêndio. “Fiquei em choque e não consegui apagar o fogo”, afirmou, segundo informações da emissora. A NHK informou, ainda, que o corpo de Amanda foi encontrado em um apartamento localizado em um prédio de dois andares no bairro de Hon-Sanrizuka, na cidade de Narita.
A família da brasileira acredita que ela tenha sido vítima de latrocínio – roubo seguido de morte. Segundo os parentes, Amanda foi ao país asiático para acompanhar o GP de Fórmula 1. Moradora de São Paulo, ela havia passado pela Coreia do Sul antes de seguir para o Japão. “Tentaram ocultar o cadáver também”, disse o primo da vítima, Thiago Borges, em entrevista à Record TV.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques