O atirador que matou 18 pessoas e deixou outras 13 feridas no Maine, nos Estados Unidos, foi encontrado morto nesta sexta-feira (27). De acordo com as autoridades locais, foram dois dias de buscas pelo reservista do exército Robert Card, de 40 anos. O corpo dele foi achado dentro de um rio, em uma floresta em Lisbon, cidade vizinha de onde o massacre aconteceu, com um ferimento de bala.
A governadora do Maine, Janet Mill, publicou no X – antigo Twitter – uma declaração sobre a morte do suspeito, agradecendo aos profissionais envolvidos na busca. “Hoje à noite, os moradores do Maine podem respirar um coletivo sinal de alívio graças a coragem dos primeiros socorristas que trabalharam noite e dia para encontrar este assassino”, iniciou ela.
Segundo Collins, ela soube da notícia pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A governadora ainda aproveitou para deixar uma mensagem para as famílias das vítimas. “Às famílias que perderam quem amam e aos feridos por esse ataque, eu sei que não existem palavras que podem apagar o choque, a dor e a raiva justificável que vocês sentem. Eu espero que vocês encontrem o conforto e a força em saber que vocês estão nos corações de pessoas em Maine e por toda a nação”, finalizou.
Após o corpo do atirador ser encontrado, o comissário do Departamento de Segurança Pública do Maine disse que o criminoso, aparentemente, atirou contra si mesmo. As vítimas incluem um casal de cerca de 70 anos e um adolescente de 14, que morreu com o pai.
— Sen. Susan Collins (@SenatorCollins) October 28, 2023
Biden também postou na rede social um comunicado em que lamentou as mortes. Ele ainda pediu para os republicanos apoiarem um projeto de lei que proíbe rifles e cartuchos de altas capacidades. De acordo com o chefe de estado, isto levaria ao armazenamento seguro dessas armas. “Foram dois dias trágicos para as famílias do Maine que foram devastadas pela violência armada”, começou.
“Pelo menos dezoito almas brutalmente assassinadas e mais feridas, dezenas de familiares e amigos rezando e passando por traumas que ninguém nunca quer imaginar. Estamos gratos por Lewiston e as comunidades vizinhas estarem seguras agora. Agradeço aos corajosos agentes da lei que trabalharam dia e noite para encontrar este suspeito”, afirmou.
“Os norte-americanos não deveriam ter que viver assim. Apelo aos republicanos no Congresso para que cumpram a sua obrigação de manter os americanos seguros. E continuarei fazendo tudo ao meu alcance para acabar com esta epidemia de violência armada. A comunidade de Lewiston e todos os americanos não merecem menos”, concluiu.
This was a tragic two days for the families in Maine who have been devastated by gun violence.
At least eighteen souls brutally slain and more injured, and scores of family and friends praying and experiencing trauma no one ever wants to imagine.
We’re grateful that Lewiston…
— President Biden (@POTUS) October 28, 2023
O ataque
Na noite de quarta-feira (25), um homem armado disparou contra pessoas em um boliche e um restaurante no Maine, nos Estados Unidos. Robert R. Card, de 40 anos, matou 18 pessoas e deixou outras 13 feridas. Após o ataque, a polícia emitiu um alerta para que os moradores não saíssem de casa.
Comércios e empresas foram orientados a fecharem as portas e as aulas foram suspensas na rede pública da cidade. O FBI (Departamento Federal de Investigação) também auxiliou na investigação. Com baixo índice de criminalidade, o Maine não exige autorização para porte de armas.
Os dois espaços em que a tragédia aconteceu ficam a cerca de 6,5 km de distância um do outro. A polícia chegou a encontrar um carro branco, que pode ter sido utilizado pelo assassino, no distrito de Lisbon, a 11 km de distância de Lewiston. Segundo o The News York Times, Robert Card usou um fuzil semi automático no ataque.
Ele era reservista do exército norte-americano e instrutor de tiro com histórico de doença mental. “Robert R. Card, considerado como uma pessoa de interesse em relação ao tiroteio, foi internado em um centro de saúde mental por duas semanas no começo de 2023 e posteriormente liberado”, disse um comunicado do Centro de Informações.
Desde o início de 2023, 565 tiroteios em massa foram registrados no país, provocando a morte de 595 pessoas. A tragédia foi o ataque em massa com o maior número de vítimas fatais dos EUA neste ano.