Uma babá brasileira foi presa nos EUA, nesta sexta-feira (20), depois que duas pessoas foram mortas em uma casa na Virgínia. Juliana Peres Magalhães, de 23 anos, é acusada de atirar em Joseph Ryan dentro da residência onde trabalhava no condado de Fairfax. O caso aconteceu em fevereiro.
Outra vítima, Christine Banfield foi encontrada ainda viva, com facadas na parte superior do corpo, mas não resistiu ao chegar no hospital. Juliana foi acusada de homicídio de segundo grau na morte de Ryan, mas os detetives ainda estão investigando o esfaqueamento de Christine. Até o momento, ninguém foi acusado pelo segundo crime.
Conforme relatou o tenente Erin Weeks à NBC News, um chamado foi feito pela própria brasileira, que teria alegado ter “uma amiga ferida” no local. Na hora, o marido de Christine explicou que “um homem desconhecido havia entrado em sua casa e ele havia atirado nele”, mas os agentes foram ao imóvel e não encontraram sinais de invasão. Eles também concluíram que o homem não estava em casa quando o crime aconteceu. O marido se recusou a prestar depoimento na delegacia.
Segundo a polícia, as duas vítimas se conheciam e a cena do crime encontrada era “horrível”, com uma criança de quatro anos sendo achada dentro da casa. “A verdadeira vítima de tudo isso é aquela pobre garota”, disse o chefe de polícia de Fairfax, Kevin Davis, na época.
Após mais de sete meses de investigação, a polícia decidiu que o marido de Christine não foi responsável por puxar o gatilho. “Por meio de evidências forenses e várias entrevistas, os detetives determinaram que a babá, Juliana Peres Magalhães, de 23 anos, atirou em Joseph Ryan. Os detetives continuam a conduzir investigações e revisar evidências digitais e forenses para determinar as circunstâncias que levaram ao esfaqueamento fatal de Christine Banfield”, afirmou o comunicado.
Em conversa com o jornal Folha de S. Paulo, a mãe de Juliana, Marina Peres Souza, contou que a filha foi para os EUA há dois anos, com o objetivo de trabalhar como babá enquanto fazia intercâmbio. Ela também se mostrou preocupada, e afirmou não ter tido contato com o advogado ou com o Itamaraty.
Para a mãe, Juliana só atirou em Joseph Ryan por legítima defesa após ter se deparado com o homem entrando na casa. Uma disputa entre a brasileira, Ryan e o marido de Christine teria acontecido, quando ela atirou para “se defender e defender a família”. Ela ainda acreditava que o caso já tinha sido encerrado. “Ela me falou que o caso tinha sido arquivado, e que a polícia tinha concluído que quem matou a Christine foi o Ryan, porque eles eram ex-companheiros. E aí a gente ficou sabendo uns dois dias antes da prisão que eles estavam investigando [ela]. Eles emboscaram ela na quinta-feira antes do trabalho”, disse Marina.
Ela também revelou que a filha tinha acabado de pedir a renovação do visto, mas estava pensando em voltar para o Brasil. “Estão falando coisas horríveis da minha filha, que ela só fez isso para permanecer no país, mas não é verdade. Ela não faria mal a uma mosca. Espero que essa história se resolva”, lamentou.
Juliana está na prisão do condado de Fairfax e não tem direto à fiança. Não há previsão de um julgamento até o momento.