Nesta semana, um casal israelense relatou como conseguiu sobreviver após ser mantido refém por quase 20 horas – em sua própria casa – por membros do Hamas. Identificados como David e Rachel, eles contaram que distraíram os sequestradores e mantiveram todos ocupados com comida. “Fiz frango para eles, ofereci café. Sei que as pessoas ficam irritadas quando estão com fome”, explicou a idosa à ABC News.
A estratégia contribuiu para que eles ganhassem tempo até a chegada do filho Evi, que é policial. No auge do desespero, o rapaz revelou que cogitou entrar na residência sozinho para salvar os pais, mas foi convencido pelos colegas a recuar e esperar o restante do grupo. A preocupação era ainda maior pelo fato de Rachel ser diabética e precisar com urgência de sua dose diária de insulina.
O casal está junto há 40 anos e mora em Ofakim, a cerca de 25 km da Faixa de Gaza. “Pude ver que eles estavam com raiva. Perguntei se eles estavam com fome. Preparei café e biscoitos para eles”, contou Rachel. “Ela os deixava loucos, ficava perguntando se eles queriam alguma coisa”, acrescentou David.
A dupla ainda relatou que os cinco homens armados do Hamas entraram pela janela da residência. “Eles tinham maldade, vieram para matar. Eles ameaçaram nos matar, eu estava tremendo e suando”, lembrou o homem. “Eu disse ao meu marido: ‘Se morrermos, morreremos juntos'”, completou a senhora. Felizmente, eles não sofreram nenhum ferimento. De acordo com o relato, durante o sequestro o grupo teria dito que todos se tornariam “mártires”.
Os dois só foram libertados quando as forças de segurança de Israel invadiram a casa. Houve um intenso tiroteiro quando os policiais iniciaram a ofensiva e renderam os criminosos. Segundo o superintendente das forças de segurança israelense, Arkadi Schuster, os terroristas ainda tentaram negociar, exigindo comida, água e celulares, além de medicamento para um dos feridos. A polícia sabia exatamente quantas pessoas estavam na casa, graças a um sinal discreto da mulher para o filho.
Durante as negociações, um dos extremistas chegou a segurar uma granada de mão sobre a cabeça de Rachel. “Estávamos muito próximos dos terroristas, mas fomos salvos. Agradeço a Deus por estar viva, não consegui acreditar”, desabafou ela. “Eu pulei na minha esposa como um escudo. Os tiros vieram sobre nós, bem perto da minha cabeça. Não sei como sobrevivi”, concluiu o marido.
A reportagem da ABC News mostrou os danos causados pelo sequestro. Além das paredes com muitas marcas de tiro, o chão do local estava sujo de sangue – principalmente no quarto do casal. A teoria é que um dos sequestradores tenha sido baleado pela janela, perto da cama. Restos de comida também foram deixados nos pratos pelos terroristas. Assista à entrevista completa:
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