Sete mulheres brasileiras foram vítimas de um golpe envolvendo o nome do ator sul-coreano Park Bo-gum. Segundo o UOL, a primeira a revelar o caso foi uma aposentada de Ribeirão Preto (SP), que disse estar falida e desesperada após transferir quase R$ 45 mil para contas bancárias do suposto artista.
As denúncias da fraude começaram em junho deste ano. O Consulado Geral da República da Coreia em São Paulo, no entanto, foi informado apenas em agosto do caso que envolve a imagem de Bo-gum. A instituição já investigava outros dois casos de golpe contra mulheres no Brasil. Nesta terça-feira (20), o consulado chegou a lançar um alerta nas redes sociais e no site oficial, para informar a comunidade sobre os golpes envolvendo a imagem e a cultura sul-coreanas.
Em comunicado ao UOL, o advogado do consulado, Rafael Kang, relatou como as denúncias do estelionato começaram. “A primeira comunicação que chegou ao consulado de golpe praticado contra uma mulher brasileira ocorreu em junho. Ela era do Rio Grande do Sul. Ela não perdeu dinheiro, mas passou ao golpista uma série de informações pessoais. Em agosto, recebemos um segundo comunicado de golpe, dessa vez contra uma mulher em Brasília“, afirmou o representante em nota.
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O golpe funcionava de maneira semelhante para as duas vítimas. A pessoa mal-intencionada se fazia passar por um jovem sul-coreano, declarava amor às mulheres por meio de fotos e mensagens, e alegava que queria viajar para o Brasil. Em um determinado momento, porém, o golpista solicitava dinheiro às vítimas para custear a viagem. “Fizemos um alerta no site do consulado quando recebemos a denúncia do segundo caso. Dias depois, recebemos a primeira denúncia de golpe envolvendo o ator Park Bo-gum“, continuou o advogado.
Foi então que descobriram os golpes com o nome do ator, que seguia o mesmo padrão das duas primeiras denúncias: primeiro com juras de amor, seguidas da extorsão do dinheiro das vítimas. No entanto, ao invés de usar uma pessoa anônima, os criminosos optaram por se passar por uma celebridade conhecida mundialmente, e que lidera a lista da Forbes com as personalidades mais influentes da Coreia do Sul. “Em montagens fotográficas toscas, o golpista enviava às ‘fãs’ imagens segurando cartazes dizendo que as amava, por exemplo“, explicou Rafael.
Em entrevista, a aposentada brasileira de Ribeirão Preto desabafou sobre o golpe. “Eu perdi todo o meu dinheiro, fiquei sem até para comprar comida“, disse a primeira a denunciar o caso. A mulher, identificada apenas como Angela, explicou como, em janeiro deste ano, começou a trocar mensagens com “o ator” nas redes sociais e, acreditou se tratar mesmo de Park. “Ele disse que queria vir [ao Brasil] para me conhecer“, relembrou a vítima.
O estelionatário alegou que, para vir ao país, precisaria pagar uma multa contratual à empresa que o agenciava. Dessa forma, ele pedia o dinheiro às vítimas brasileiras. Segundo o consulado, a mulher chegou perder entre R$ 40 mil e R$ 45 mil, esperando ser reembolsada. Ela até chegou a desconfiar dos pedidos exorbitantes, mas era ameaçada pelos criminosos quando o fazia.
Na última quarta-feira (14), o Consulado da Geral da República da Coreia emitiu uma nota alertando a comunidade sobre a fraude. “Acredita-se que o autor do crime seja um brasileiro que, agindo de má-fé, teria se passado pelo artista. Infelizmente, a vítima caiu no golpe, tendo prejuízo financeiro e se endividando. O Consulado manifesta a sua estima a todos os fãs da cultura coreana, e os alerta para que tomem precauções, evitando serem vítimas de golpes“, declarou um trecho do comunicado.
Após a primeira manifestação da organização sobre o golpe, as outras seis vítimas entraram em contato afirmando também serem vítimas do estelionato. “Acreditamos que se trata de uma quadrilha. Não parece uma pessoa agindo sozinha. E também acreditamos que esses golpistas estão sediados no Brasil, pois as contas oferecidas para depósito dos valores são contas em território nacional, em nome de brasileiros. Mas essa é uma questão para a polícia investigar. Seja aqui no Brasil, seja na Coreia, onde também foi acionada“, concluiu Kang, advogado do consulado.
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