A Qatar Airways voltou a se pronunciar sobre a morte de uma mulher durante um voo entre Melbourne, na Austrália, e Doha, no Catar. Em declaração à BBC, divulgada nesta sexta-feira (28), a companhia aérea afirmou que a tripulação “agiu de forma rápida, apropriada e profissional” ao colocar a passageira falecida ao lado de um casal australiano.
De acordo com a companhia aérea, a equipe seguiu “o treinamento e as práticas padrões da indústria”. “Os passageiros foram acomodados em outros assentos, e um membro da tripulação ficou sentado o tempo todo com a passageira falecida durante o voo, até o pouso em Doha. É uma realidade infeliz que mortes inesperadas, às vezes, ocorram a bordo de aeronaves em toda a indústria da aviação, e nossa tripulação é altamente treinada para lidar com essas situações, com o máximo de respeito e dignidade possível“, declarou.
A empresa já havia se desculpado através de um comunicado anterior, por “qualquer inconveniência ou sofrimento que este incidente possa ter causado”. Na nova declaração, ela reafirmou ter oferecido apoio e compensação à família da falecida e aos outros passageiros que foram “diretamente afetados” pelo ocorrido.
O caso veio a público no início desta semana, quando o casal, Mitchell Ring e Jennifer Colin, relatou a experiência traumática ao programa de TV “A Current Affair”, da Nine Network. Segundo os australianos, o corpo permaneceu ao lado deles durante quatro horas. “Eles disseram: ‘Você pode se afastar, por favor?’, e eu apenas respondi: ‘Sim, sem problemas’. Então, colocaram a senhora na cadeira em que eu estava“, contou Ring.
A tripulação cobriu o corpo da passageira com um cobertor. Diferente da versão da Qatar Airways, o casal afirmou que ficou ao lado da falecida até o pouso. Jennifer teria conseguido trocar de lugar com outro passageiro que ofereceu um assento na fileira de trás, mas Mitchell ficou na mesma posição durante todo o tempo. Ele disse que não recebeu qualquer suporte emocional ou instrução adicional dos comissários de bordo.
Depois do pouso, o casal foi instruído a permanecer em seus assentos enquanto os paramédicos e a polícia retiravam o corpo da falecida. Ring afirmou que, nesse momento, os cobertores foram retirados antes que os demais passageiros desembarcassem. “Eu estava lá e consegui ver o rosto dela. Sim, não foi legal“, declarou. O casal também criticou a falta de assistência da companhia aérea, alegando que não foi realocado para outros assentos, apesar de haver poltronas vazias disponíveis.
De acordo com as diretrizes da Associação Internacional de Transporte Aéreo sobre como lidar com mortes em um voo, a pessoa falecida deve ser movida para um assento, de preferência um com poucos passageiros por perto, e coberta com um cobertor ou saco mortuário até o pescoço. Outra opção é mover o cadáver para outra área que não obstrua um corredor ou saída. Depois do pouso, a associação recomenda que outros passageiros desembarquem antes que o corpo seja retirado pelas autoridades locais.
A companhia aérea australiana Qantas, por meio da qual o casal comprou as passagens, informou que a responsabilidade pelo atendimento aos passageiros durante o voo é da Qatar Airways, que operava a aeronave.