Donald Trump chamou a correspondente da Casa Branca do The New York Times, Katie Rogers, de “feia por dentro e por fora” após o jornal publicar uma matéria afirmando que o presidente dos Estados Unidos enfrenta as “realidades do envelhecimento no cargo”. Em seu perfil na plataforma Truth Social, nesta quarta-feira (26), Trump disparou críticas contra o veículo e contra a jornalista.
A reportagem do NYT, da qual Katie participou, apontou que, por ser o homem mais velho a assumir a presidência, Trump tem feito menos viagens domésticas agora do que em seu primeiro mandato. O texto também relembrou o momento viral em que o presidente pareceu cochilar durante um evento oficial. Posteriormente, ele negou que isso aconteceu.
Em um longo desabafo, Trump atacou o veículo pela divulgação da matéria. “Os canalhas do falido New York Times estão aprontando de novo”, iniciou ele. Em seguida, ele atacou especificamente Katie, apesar do artigo ter sido escrito em parceria com o repórter Dylan Freedman: “A autora da matéria, Katie Rogers, que só tem a função de escrever coisas ruins sobre mim, é uma repórter de terceira categoria, feia por dentro e por fora”.
photos of Trump sleeping through yesterday’s Oval Office event via Andrew Harnik of Getty pic.twitter.com/zurDLxkFVt
— Aaron Rupar (@atrupar) November 7, 2025
No texto, Trump insistiu que obteve uma vitória “esmagadora” na eleição presidencial de 2024. Ele disse que venceu “todos os sete estados indecisos, o voto popular e o Colégio Eleitoral por uma grande margem”.
O presidente ainda apresentou a sua perspectiva sobre o seu segundo mandato: “Encerrei 8 guerras, atingi 48 novos recordes no mercado de ações, nossa economia está ótima e nosso país é respeitado novamente em todo o mundo, respeitado como nunca antes. O governo anterior teve a maior inflação da história — eu já a reduzi à normalidade, e os preços, inclusive dos alimentos, estão caindo.”
“Para fazer isso, é preciso muito trabalho e energia e eu nunca trabalhei tanto na minha vida”, continuou. Trump chegou a chamar a reportagem do NYT de “ataque difamatório” e classificou o veículo como “inimigo do povo”. Ele também afirmou ter seus “maiores índices de aprovação de todos os tempos” e que esses números “só aumentariam” graças ao seu trabalho, apesar de recentemente ter reconhecido que sua popularidade caiu para o nível mais baixo de seu segundo mandato.
“Haverá um dia em que me faltará energia, acontece a todos, mas com um exame físico perfeito e um teste cognitivo completo (‘que tirei nota máxima’) feito recentemente, certamente não será agora!”, concluiu ele.
À People, um porta-voz do NYT respondeu às declarações do presidente: “As reportagens do The Times são precisas e baseadas em fatos apurados em primeira mão. Insultos e ofensas pessoais não mudam isso, e nossos jornalistas não hesitarão em cobrir este governo diante de táticas de intimidação como essa. Repórteres experientes e minuciosos como Katie Rogers exemplificam como uma imprensa independente e livre ajuda o povo norte-americano a entender melhor seu governo e seus líderes”.

A porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, também compartilhou com a People uma nota sobre o texto de Trump: “O presidente Trump nunca foi politicamente correto, nunca se conteve e, em grande parte, o povo americano o reelegeu por sua transparência. Isso não tem nada a ver com gênero – tem tudo a ver com o fato de que a confiança do presidente e do público na mídia está em seu nível mais baixo de todos os tempos”.
A crítica de Trump a Katie veio menos de duas semanas depois de ele ter chamado a repórter da Bloomberg, Catherine Lucey, de “porquinha”. Ao ser questionado sobre o caso de Jeffrey Epstein, o presidente interrompeu uma pergunta e disse: “Quieta. Silêncio, Porquinha”. Na ocasião, a Casa Branca defendeu a atitude de Trump: “Essa repórter se comportou de maneira inadequada e pouco profissional com seus colegas no avião. Se você vai dar, precisa saber receber”. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, reiterou o apoio durante uma coletiva de imprensa.
“Vejam, o presidente é muito franco e honesto com todos nesta sala, vocês todos viram isso. Vocês todos vivenciaram isso. E eu acho que essa é uma das muitas razões pelas quais o povo americano reelegeu este presidente, por causa da sua franqueza”, afirmou.
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