A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, revelou fotos em que aparece com hematomas no braço e no rosto após denunciar o ex-presidente Alberto Fernández por violência física e assédio. As imagens foram enviadas em uma troca de mensagens entre os dois, e divulgadas pelo site de notícias argentino Infobae, nesta sexta-feira (9).
Fabiola prestou queixa contra Fernández na terça (6), durante uma videoconferência com o juiz federal Julián Ercolini. O magistrado, então, ordenou imediatamente medidas de “restrição” e “proteção” para a mulher. As diligências tomadas incluem uma ordem para que o ex-presidente não se aproxime dela e não deixe o país.
Na gravação, a ex-primeira-dama contou que era agredida fisicamente quando vivia na Quinta de Olivos, residência oficial da presidência argentina. O local foi a casa deles entre 2019 e 2023, período em que Alberto assumiu o poder. O site exibiu a conversa entre eles, em que Yañez afirma ter sido atacada.
“Você tem me agredido há três dias seguidos”, acusa ela em uma mensagem pelo WhatsApp. “Isso não funciona assim, você me agride o tempo todo. É insólito. Não pode me fazer isso quando eu não te fiz nada. E tudo o que tento fazer com a mente centrada é te defender, e você me agride fisicamente. Não há explicação”, prosseguiu a mulher.
Em uma outra imagem, Fabiola mostra o olho roxo e escreve: “Isto é quando você me bate sem querer”. O ex-chefe de Estado responde, dizendo para que eles parem de discutir. “No final, acabamos brigando por causa de todos os outros. Por favor. Venha aqui”, pede ele.
Yañez, entretanto, segue apontando as agressões que o ex-companheiro teria cometido. “Você está me agredindo novamente. Você está louco”, dispara. Fernández reage às acusações, alegando que está se “sentindo muito mal“. “Estou com dificuldade para respirar. Por favor, pare”, afirma ele.
Conforme o Infobae, Fabiola enviava as fotos para Alberto reclamando das atitudes violentas. “E quando você me sacudiu pelos braços, me deixou hematomas. Isso é de quando você me sacudiu”, pontuou.
O site ainda informou que, de acordo com as mensagens, parte das agressões que teriam sido cometidas pelo ex-presidente contra Yañez ocorreram em agosto de 2021, em plena pandemia do coronavírus.
Veja todas as fotos:
Caso corre na Justiça
As conversas virtuais foram descobertas no contexto de outro caso que também está sendo conduzido pelo juiz Julián Ercolini. Trata-se de uma investigação sobre supostos atos de corrupção cometidos durante a gestão de Fernández. A ex-primeira-dama e a então secretária particular do ex-presidente, María Cantero, conversaram sobre as agressões.
O celular de Cantero foi periciado pela Justiça devido ao possível tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa.
Como apontado pelo site argentino, um dos próximos passos no processo é o depoimento de Fabiola. Apesar de ainda não haver uma data marcada, espera-se que ele ocorra em breve.
A mulher seguirá com a ação de Madri, na Espanha, onde se estabeleceu com o filho, Francisco. O menino nasceu em 2022 e é fruto da antiga relação de Yañez com o político. Ele, por sua vez, permanece em Buenos Aires, na Argentina.
Fernández se pronuncia
Diante do caso, Alberto Fernández negou as acusações de violência contra a mulher em um comunicado. “Fui informado pela mídia sobre a acusação de Fabiola Yañez contra mim, e gostaria de expressar que a verdade dos fatos é diferente. Direi apenas que é falsa e que ela nunca fez o que está me acusando agora”, relatou.
“Pela integridade dos meus filhos, minha e da própria Fabiola, não farei declarações à mídia, mas levarei à Justiça, as provas e testemunhos que mostrarão o que realmente aconteceu”, concluiu Fernández. Confira:
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