Pierre Levai, sobrinho do renomado cofundador da Marlborough Gallery, Frank Lloyd, faleceu em junho, aos 87 anos, em circunstâncias de maus-tratos, conforme apontado em um novo processo judicial. Segundo o The New York Post, uma amante do marchand teria negligenciado Levai, levando-o à morte por inanição.
A esposa e o filho de Pierre alegam que ele passou três semanas sem receber alimentação adequada, sendo encontrado em “estado crítico devido a choque séptico” ao ser hospitalizado na Flórida, em abril. Além disso, o marchand apresentava diversos outros problemas de saúde, que a família atribui à negligência de Marcia Levine, amante de Levai.
O conflito sobre o espólio avaliado em US$ 50 milhões começou quando documentos indicaram que Marcia herdaria US$ 3 milhões. Em seu depoimento, ela afirmou que Levai possuía três apartamentos em Manhattan e uma casa em Germantown, no norte do estado de Nova York. No entanto, ele era residente da Flórida, alegação que foi rejeitada por um juiz da Suprema Corte de Manhattan em novembro.
Max Levai, filho e principal herdeiro do galerista, declarou: “A Sra. Levine causou a morte de Pierre de forma imprudente. Portanto, de acordo com a chamada ‘regra do assassino’ do estado de Nova York, a Sra. Levine se desqualificou de se beneficiar da morte de seu suposto benfeitor”.
Ainda segundo o The New York Post, Pierre teve “uma vida de privilégios” durante décadas, acumulando sua fortuna após fundar a filial nova-iorquina da Marlborough Gallery, em 1963. Apesar de um casamento de 55 anos com Rosi, Levai manteve romances com pelo menos duas amantes, incluindo uma funcionária de longa data, Marcia Levine, e outra mulher na França.
“Eu tolerei os relacionamentos românticos de Pierre, e Pierre e eu permanecemos casados durante eles. Pierre e eu continuamos amigáveis, e eu tive um papel de destaque cuidando de Pierre até muito pouco antes de sua morte”, declarou Rosi Levai sobre os casos extraconjugais do marido.
Embora o casal tenha vivido separado desde 2012, as capacidades físicas e cognitivas de Levai começaram a declinar, exigindo assistência domiciliar 24 horas por dia. Rosi assumiu o papel de cuidadora principal, com ajuda ocasional de Marcia, até novembro de 2023, quando Pierre viajou para Miami para passar as férias com a amante, sem retornar a Nova York.
A família acusa Marcia de começar a isolar Pierre logo após a chegada na Flórida, impedindo contato com a esposa e o filho, Max, e tentando modificar seu testamento. Segundo Rosi, Levai “sempre teve a intenção de voltar para Nova York”, para um apartamento em reforma próximo à esposa. Contudo, os registros mostram que ele “nunca voltou”.
“Depois de cerca de um mês, Marcia começou a esconder de mim segredos sobre a condição de Pierre e tentou tirar vantagem de Pierre em seu estado enfraquecido e demente”, acusou Rosi.
Marcia teria controlado o celular de Levai e o persuadido a comprar um apartamento de US$ 7 milhões em Miami para ela. Além disso, a família alega que ela, com a ajuda do advogado Paul Cowan, falsificou documentos imobiliários contrários aos desejos de Levai.
Segundo o processo, Marcia também teria recusado a retirada de Levai do suporte vital, mesmo “contra a vontade expressa de Pierre”, prolongando seu sofrimento. “Como resultado das ações vergonhosas e desonestas de Cowan e Marcia, Pierre ficou amarrado à cama durante semanas com dores significativas e incapaz de falar com sua família ou desfrutar de um momento sem dor”, aponta o processo.
Uma fonte próxima a Marcia refutou as acusações, declarando: “Todos que conhecem o casal sabem que eles mantiveram um relacionamento extremamente amoroso e de apoio mútuo durante décadas e que nunca fariam nada para prejudicar um ao outro. Ela e sua equipe jurídica estão ansiosas para abordar isso no tribunal”.
A disputa pela herança milionária segue na Suprema Corte de Manhattan.
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