Governo Trump analisa proposta de reality show em que imigrantes competem por cidadania dos EUA; veja como será

Proposta aponta Sofia Vergara, Ryan Reynolds ou Mila Kunis como possíveis apresentadores

Um projeto de reality show em que imigrantes competiriam entre si por uma vaga de cidadania americana está sendo avaliado pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS). Segundo confirmaram autoridades ao Wall Street Journal, a proposta foi apresentada por Rob Worsoff, produtor de TV canadense radicado nos EUA, e recebeu feedback positivo da agência. A secretária do DHS, Kristi Noem, ainda não se pronunciou oficialmente, mas, de acordo com o Daily Mail, apoia o projeto e teria oferecido recursos da própria pasta para sua realização.

O programa, intitulado “The American”, prevê a seleção de 12 imigrantes que chegariam de barco à Ilha Ellis e viajariam pelos Estados Unidos a bordo de um trem enfrentando desafios típicos da cultura americana, como mineração de ouro em San Francisco, montagens de carros em Detroit e corridas de tronco em Wisconsin. Ao final da competição, o vencedor seria naturalizado cidadão americano em uma cerimônia nos degraus do Capitólio. Os demais participantes também seriam pré-selecionados para acelerar seu processo de cidadania.

As provas seriam organizadas em episódios semanais, com rodadas de “desafios de herança”, “reuniões comunitárias”, “desafios de eliminação” e uma “votação final”. Os episódios seriam voltados tanto à competição quanto à dramaturgia emocional, mostrando a trajetória dos competidores e seus motivos para desejar a cidadania americana. Além do prêmio final, as conquistas seriam “iconicamente americanas”, como um milhão de pontos da American Airlines, um vale-presente de US$ 10 mil do Starbucks e um suprimento vitalício de gasolina da marca 76.

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A ideia causou indignação entre críticos e ativistas pró-imigração, que acusam o governo Trump de transformar o sofrimento de pessoas em entretenimento. “Isso não é ‘Jogos Vorazes’ para imigrantes”, rebateu Worsoff ao WSJ, tentando afastar comparações com o best-seller distópico de Suzanne Collins. “Não é como se, se você perder, será mandado de volta de barco para fora do país”, ressaltou. O produtor afirma que a proposta busca “celebrar o processo de imigração” e promover um debate sobre o que significa ser americano. Ele ainda sugeriu que o programa poderia ser apresentado por celebridades naturalizadas, como Sofia Vergara, Ryan Reynolds ou Mila Kunis.

Proposta aponta Sofia Vergara, Ryan Reynolds ou Mila Kunis como possíveis apresentadores (Foto: Getty)

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A proposta, porém, ocorre em um momento delicado: a gestão de Kristi Noem vem sendo criticada por priorizar estética e autopromoção em detrimento da gestão eficaz das fronteiras. Fontes do próprio DHS revelaram ao Daily Mail que Noem encomendou fotos encenadas, ignorou questões logísticas e se concentrou em aparições públicas.

Mesmo com a resistência de parte da equipe, Noem teria expressado entusiasmo com o projeto. “Acho que é uma boa ideia”, afirmou sua porta-voz, Tricia McLaughlin, ao WSJ. A proposta agora depende da aprovação formal do DHS e da adesão de plataformas de streaming ou canais de TV interessados. Segundo Worsoff, negociações com emissoras já estão em andamento.

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