Gypsy Rose Blanchard abriu o jogo sobre como conheceu e se apaixonou pelo atual marido, Ryan Scott Anderson. Em entrevista à People, o casal contou que começou a conversar em meio à pandemia da Covid-19, com influência da série documental “Tiger King”, da Netflix, que ganhava fama ao redor do mundo. Os dois se casaram em julho de 2022, enquanto ela ainda estava prisão.
“Meu marido Ryan tem sido uma espinha dorsal emocional nos últimos três anos“, disse a jovem, que saiu da prisão na quinta-feira (28), após passar oito anos presa pelo assassinato da própria mãe, Dee Dee Blanchard. “Nós nos conhecemos quando a pandemia estava muito, muito forte, e tive muitos altos e baixos emocionais por causa da Covid“, completou.
Já Anderson, de 37 anos, professor da Louisiana, contou que enviou uma carta a Gypsy pela primeira vez em 2020. “Foi quando ‘Tiger King’ era realmente popular“, explicou ele, referindo-se à atração de sucesso da Netflix, sobre Joseph “Joe Exotic” Maldonado, que se declarou culpado por tráfico de animais. “Meu colega de trabalho na época disse: ‘Eu quero escrever para Tiger King’. Eu respondi: ‘Vou te dizer uma coisa, se você escrever para ele, escreverei para Gypsy Rose Blanchard. Nunca pensei que ela seria minha esposa“, refletiu.
Ryan também revelou o conteúdo da carta e o motivo pelo qual ele acha que foi respondido pela amada. “Lembro-me de ter contado a ela o que a história dela significava para mim e, na segunda página, simplesmente contei a ela, contei a ela tudo sobre mim. Ela me disse que o principal motivo provavelmente foi porque eu era da Louisiana [estado natal de Gypsy]. Portanto, considero isso a coisa mais importante“, disse ele, aos risos.
“Ryan me acompanhou em momentos muito bons e em momentos muito difíceis. Eu diria que ele é provavelmente a alma mais compassiva que já conheci, e o mais paciente. Deus sabe que ele é muito paciente comigo, porque ele poderia ser muito difícil de lidar. Eu poderia ser um problema emocional“, acrescentou Blanchard. Por sua vez, o professor apontou quando, de fato, se apaixonou: “Lembro que senti um frio na barriga quando trocamos e-mails, mas o que realmente me pegou foi a primeira vez que ouvi a voz dela“.
Com a liberdade condicional, Gypsy e Ryan explicaram ao veículo que estão ansiosos para consumar o casamento e constituir uma família. “Estamos apaixonados. É difícil porque estou entrando em uma nova vida e sou recém-casada, terei filhos um dia e terei que explicar aos meus filhos por que a avó deles, por parte da mãe, não está por perto. Essa vai ser uma conversa muito difícil“, refletiu a jovem, que não está preocupada com um detalhe: machucar seus filhos da mesma forma que sua mãe a machucou.
“Sempre que alguém diz: ‘Você acha que por causa do que passou, você vai fazer isso com seus filhos?’. E eu digo: ‘Quer saber? Absolutamente não’“, afirma ela, que continua recebendo terapia pelos traumas causados na infância. “Aprendi o que não fazer. Não me preocupo com minha maternidade quando se trata disso. [Quanto ao casamento] Não prevejo grandes dificuldades. Acho que isso, de estar na prisão, tem sido a parte mais difícil. Acho que quando estiver em casa com minha família, com os braços do meu marido em volta de mim e cercada pelos meus entes queridos, é quando estarei feliz“, finalizou.
Entenda o caso
Em 2016, Gypsy Rose Blanchard foi condenada a 10 anos de prisão pelo assassinato de sua mãe, Dee Dee Blanchard, após ter sofrido uma série de abusos da genitora. Depois de cumprir oito anos, a pena progrediu para liberdade condicional. À People, ela admitiu que, ao longo desses anos que passou atrás das grades, relembrou constantemente os acontecimentos de junho de 2015, quando pediu ao então namorado, Nicholas Godejohn, para matar Dee Dee.
Durante o julgamento, a defesa argumentou que a jovem foi vítima de Munchausen por procuração, uma forma rara de abuso em que um tutor ou pai exagera ou induz doença a uma criança para obter atenção e simpatia para si mesmo. Acredita-se, especialmente nos Estados Unidos, que a motivação do crime foram os anos de abuso médico, psicológico e físico aos quais a genitora submeteu Gypsy, por meio de procedimentos médicos dolorosos dos quais ela nunca precisou.