Homem é preso no Japão suspeito de envolvimento em morte de brasileira, diz imprensa local

Segundo amigos e familiares, Amanda embarcaria para o Brasil poucas horas depois

A polícia do Japão prendeu, neste sábado (3), um homem suspeito de envolvimento na morte da brasileira Amanda Borges, cujo corpo foi localizado em um apartamento. De acordo com a imprensa japonesa, o suspeito, de 31 anos, vivia no imóvel onde Amanda foi encontrada. A emissora estatal NHK identificou o homem como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, cidadão do Sri Lanka que está atualmente desempregado.

Udayanga foi detido sob a acusação de incêndio criminoso. As autoridades ainda apuram qual era a ligação dele com Amanda Borges. Conforme a polícia japonesa, mesmo após notar o início das chamas no interior do imóvel, ele deixou o local sem tentar conter o fogo, o que permitiu que as chamas se espalhassem rapidamente.

Em depoimento às autoridades, Udayanga confessou que não tentou conter o incêndio. “Fiquei em choque e não consegui apagar o fogo”, afirmou, segundo informações da emissora. A NHK informou, ainda, que o corpo de Amanda foi encontrado em um apartamento localizado em um prédio de dois andares no bairro de Hon-Sanrizuka, na cidade de Narita.

Amanda era fã de Fórmula 1 e estava no Japão para assistir ao GP. (Foto: Reprodução/Instagram)

A família da brasileira acredita que ela tenha sido vítima de latrocínio – roubo seguido de morte. Segundo os parentes, Amanda foi ao país asiático para acompanhar o GP de Fórmula 1. Moradora de São Paulo, ela havia passado pela Coreia do Sul antes de seguir para o Japão.

O corpo foi localizado um dia antes do retorno previsto ao Brasil. “Ela foi localizada ali próximo ao aeroporto de Narita, em Tóquio, foi na madrugada de ontem para hoje. O voo dela era quinta-feira. Ela estava fora do Brasil desde março”, contou James Fernandes, amigo de Borges, ao g1.

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“Aparentemente, foi um latrocínio, roubo seguido de morte. Tentaram ocultar o cadáver também”, disse o primo da vítima, Thiago Borges, em entrevista à Record TV.

A polícia japonesa suspeita que o crime tenha ocorrido no apartamento em que Amanda estava hospedada. Segundo os investigadores, o local foi incendiado após o assassinato. De acordo com a família, um delegado informou que a causa da morte pode ter sido asfixia provocada pela inalação de fumaça.

A vítima havia afirmado que o país era seguro. (Foto: Reprodução/Instagram)
A vítima havia afirmado que o país era seguro. (Foto: Reprodução/Instagram)

Anteriormente, as autoridades do Japão já haviam identificado um homem do Sri Lanka como o principal suspeito. Pertences da vítima, como bolsas e o celular, foram levados. A polícia também apura se Amanda foi dopada e se houve violência sexual.

Durante a estadia no Japão, Amanda compartilhou registros da viagem nas redes sociais. Em um dos vídeos, ela relatou um episódio em que esqueceu uma mochila com dinheiro em um trem e ficou surpresa ao recuperá-la intacta: “Gente, Japão é muito seguro. Fiquei impressionada. Que país você vai perder sua mochila com dinheiro e ela vai ser devolvida intacta?”.

Borges se apresentava como mestre em Letras e era apaixonada por Fórmula 1. Ao UOL, o Itamaraty informou que o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio acompanha o caso. Segundo o ministério, o governo brasileiro está prestando apoio à família e mantendo contato com as autoridades japonesas.

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O Governo de Goiás também declarou estar prestando suporte à família. De acordo com o Gabinete de Assuntos Internacionais do Estado, foi iniciado o processo de auxílio funerário.

Natural de Caldazinha, no interior goiano, Amanda era bastante querida por quem a conhecia. “Era uma jovem cheia de sonhos, querida por todos, e sua partida repentina deixa um vazio profundo em nossa comunidade”, declarou a prefeitura da cidade em nota de pesar.

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