As autoridades deram detalhes sobre o roubo e venda de uma privada de ouro do palácio de Blenheim, no sul da Inglaterra. Segundo a agência de notícias AP, dois homens foram condenados nesta terça-feira (18) pelo crime que aconteceu em setembro de 2019. A peça de 18 quilates é uma obra intitulada “América”, criada pelo italiano Maurizio Cattelan.
Atualmente, a privada é avaliada em quase 5 milhões de libras — cerca de 36,9 milhões de reais. Michael Jones, de 39 anos, foi considerado culpado por roubar o vaso e foi ele quem teria planejado o crime. Já Fred Doe, de 36 anos, foi condenado por conspiração para transportar ou transferir bens roubados.
Um terceiro homem, James Sheen, já havia se declarado culpado em uma das audiências ocorridas neste ano. A polícia encontrou o DNA de Sheen em uma marreta deixada na cena do crime e centenas de fragmentos de ouro em suas calças de moletom. Os três homens ainda serão sentenciados. Um quarto homem acusado de conspiração, Bora Guccuk, foi absolvido pelos jurados.
O roubo aconteceu em 14 de setembro de 2019. Os criminosos entraram no palácio e saíram de lá pela manhã. Além de levar o vaso, eles ainda causaram uma inundação e outros danos ao castelo. Jones teria visitado o palácio de Blenheim duas vezes — uma antes do vaso ser exibido e outra depois que ele foi instalado. Durante a primeira visita, ele teria fotografado a janela que usaram para entrar. Já na segunda, um dia antes do crime, ele teria fotografado o banheiro, a fechadura da porta do banheiro e a mesma janela, só que do lado de fora.
Sheen e os cúmplices dirigiram dois veículos roubados pelos portões trancados do palácio no dia da ação. As imagens das câmeras de segurança mostraram que o grupo usou marretas e pés de cabra para invadir o palácio e remover o banheiro. Eles colocaram a obra na parte de trás de um dos veículos e fugiram.
Sheen entrou em contato com Fred Doe nos dias após o crime para vender o ouro, usando mensagens codificadas. A dupla discutiu um pagamento de 26.500 libras por quilo de ouro roubado. Segundo um dos promotores, o vaso não foi recuperado. Eles trabalham com possibilidade do objeto ter sido derretido e vendido.
“America” foi exposto pela primeira vez no museu Guggenheim de Nova York Os visitantes, inclusive, podiam agendar um horário para a privada de ouro. No entanto, existia o limite de tempo de três minutos para evitar longas filas. Entre 2016 e 2017, o vaso foi usado por cerca de 100 mil pessoas.

Recentemente, outra obra do italiano Maurizio Cattelan repercutiu nas redes sociais: uma banana colada na parede com a ajuda de uma fita prateada. Intitulada “Comedian” (“Comediante”, em português), a peça foi arrematada em um leilão por US$ 6,2 milhões (R$ 35,8 milhões).
