No próximo sábado (9), os líderes dos países que integram o G20, cúpula que configura as maiores economias do mundo, devem iniciar seu encontro anual, que acontece na cidade de Nova Delhi, na Índia. Entretanto, segundo informações do canal News18, o nome do país anfitrião que apareceu no convite às figuras políticas não é o mesmo conhecido mundialmente.
De acordo com a emissora indiana, fontes governamentais anônimas revelaram que os deputados do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, do partido BJP (Bharatiya Janata Party), que dominam o Legislativo da Índia, pretendem implementar “Bharat” como a nova denominação durante o encontro do G20.
O primeiro passo da mudança teria partido do próprio primeiro-ministro, que mudou o nome de “Índia” para a palavra em sânscrito no convite do jantar à cúpula. Seu intuito é que Bharat se torne o nome oficial da nação futuramente. Ainda durante o encontro, os deputados planejam apresentar uma resolução para dar proeminência ao uso oficial de Bharat aos líderes do G20.
De acordo com o g1, o termo já é utilizado para se referir ao país em algumas circunstâncias. Isso porque, segundo acadêmicos, “Bharat”, em sânscrito, consta em textos hindus antigos e também significa Índia em Hindi – língua indo-ariana, descendente direta do sânscrito védico e que é falada, atualmente, por 70% dos indianos no norte, centro e oeste do país.
O BJP — um dos dois principais partidos políticos locais, que tem como como ideologia oficial o “humanismo integral” e um modelo de nacionalismo que idealiza uma Índia “puramente hindu” — tem a palavra no próprio nome e apoia a decisão. Isso porque, para eles, a medida serve para “eliminar” o que os nacionalistas consideram nomes da era colonial e que são “símbolos da escravidão”.
Os defensores da mudança argumentam que a palavra Índia (adotada pela oposição e que significa ‘Aliança Inclusiva de Desenvolvimento Nacional Indiano’, em inglês) foi imposta ao país pelos colonizadores britânicos, que dominaram o país por aproximadamente 200 anos, até que eles conquistaram a independência, em 1947.
Descrito como autoritário e populista de direita pela oposição, o partido do premiê já deu início ao movimento mudando nomes de lugares nas cidades em que o grupo está no poder. O Executivo de Modi chegou a excluir nomes islâmicos de locais intitulados sob o Império Mongol, que precedeu a colonização britânica. No entanto, a atitude gerou revolta no país, já que boa parte da população acredita que a medida seria uma “tentativa de estabelecer a supremacia da religião hindu”.
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