A irmã de Sharon Tate, Debra, se manifestou sobre a soltura de Leslie Van Houten, uma das seguidoras de Charles Manson, responsável por uma série de assassinatos nos Estados Unidos, incluindo o da atriz, em 1969. Em entrevista ao TMZ, nesta quarta-feira (12), Debra disse estar assustada e desapontada com a situação.
“É provável que Leslie Van Houten mate novamente depois de sair da prisão”, afirmou a familiar, que está “profundamente ofendida” com o sistema criminal da Califórnia e, principalmente, com o gabinete do governador.
Debra também revelou ao veículo que os parentes das vítimas estão indignados e “absolutamente apavorados, porque há um medo de que ela [Leslie Van Houten] possa recorrer a seus métodos de matar novamente em um piscar de olhos”. Para a irmã de Sharon, que estava grávida de oito meses quando foi assassinada por outros discípulos de Manson, se alguém segue no “caminho escuro” uma vez, é fácil voltar.
Chateada, Debra acredita que a soltura de Van Houten, inicialmente condenada à prisão perpétua, é um “tapa na cara” dos parentes das vítimas. Ela também afirmou que governador do estado poderia ter lutado mais contra a liberação da assassina e levado o caso ao Tribunal Superior. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, também disse não estar feliz com a decisão tomada.
Apesar de não ter sido responsável pelo assassinato da estrela hollywoodiana, na época com 26 anos, Van Houten chegou a dizer publicamente que gostaria de estar presente — o que a irmã da atriz considera “muito preocupante” e, por isso, no direito de lamentar sua soltura.
Ela ainda pediu que as pessoas ficassem de olho agora que a ajudante de Mason está em liberdade condicional, declarou o TMZ. Em suas palavras, um monstro está a caminho.
Relembre o caso
Leslie Van Houten foi solta nesta terça-feira (11), após mais de 50 anos, por ter participado de dois assassinatos. Agora, ela poderá responder pelos crimes em regime de liberdade condicional, de acordo com o comunicado do Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia.
A criminosa deixou a cadeia em uma cidade perto de Los Angeles, nas primeiras horas da manhã. Segundo a sua advogada, Nancy Tetreault, ela foi levada em seguida para um alojamento provisório. “Ela ainda está tentando se acostumar com a ideia de que isso é real”, afirmou Tetreault à agência de notícias Associated Press.
Nancy ainda contou que é esperado que Houten passe cerca de um ano em uma casa de recuperação para aprender habilidades básicas, como dirigir um carro, ir ao supermercado e obter um cartão de débito. Leslie foi condenada por participar dos assassinatos do comerciante Leno LaBianca e sua esposa, Rosemary, em agosto de 1969.
Van Houten tinha 19 anos quando os crimes aconteceram. Assim, ela era a mais jovem entre os que formavam o grupo de Manson, responsável por uma seita que protagonizou uma matança em Los Angeles, em 1969. O casal foi morto na sua casa e teve o sangue espalhado pelas paredes. No dia anterior, os seguidores de Manson mataram a atriz Sharon Tate e quatro convidados dela, mas Houten não participou deste crime. Para a Justiça, ela disse que, inicialmente, segurou Rosemary com uma fronha sobre a cabeça enquanto outros a esfaqueavam. Na sequência, ela própria esfaqueou a vítima 15 vezes.
Gavin Newsom declarou na última sexta-feira (7) que desistiria de tentar barrar a concessão da liberdade condicional de Houten. “O governador está desapontado com a decisão do Tribunal de Apelação, mas não vai prosseguir com nenhuma ação, já que é improvável que os esforços sejam bem-sucedidos”, disse Erin Mellon, diretora de comunicações do democrata. De acordo com o TMZ, os advogados da assassina alegaram que ela não representa mais uma ameaça para a sociedade. “Ela é uma mulher idosa e doce”, falou a advogada.