Nesta quarta-feira (23), jornalistas reencontraram as duas meninas palestinas que apareceram em um vídeo comovente que rapidamente se tornou viral na Faixa de Gaza. No registro, a mais velha é vista carregando a irmã mais nova, que estava ferida após ter sido atropelada. Ela caminhou mais de dois quilômetros, descalça no asfalto quente, em busca de ajuda médica.
Segundo o jornal português Sic Notícias, o vídeo, que chamou a atenção global, foi gravado por um fotojornalista que as encontrou por acaso durante o trajeto. “Você não está cansada de carregar sua irmã desse jeito?”, perguntou o profissional. “Estou exausta. Estou carregando ela há uma hora, e ela não consegue andar”, disse a irmã.
Ele ajudou as irmãs a chegarem até um campo de refugiados onde vivem com a mãe, em condições extremamente precárias. Veja os vídeos:
Na Faixa de Gaza, o vídeo de uma menina carregando nas costas a irmã mais nova, que teria sido atropelada, viralizou nas redes sociais. Descalça sob um sol escaldante, a menina andou mais de 2 km com a irmã até conseguir ajuda. A cena foi registrada por um fotojornalista. A… pic.twitter.com/PUJ9ZZR9IX
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Menina ferida após atropelamento e carregada pela irmã mais velha em Gaza está bem. As crianças reencontraram a mãe, e o fotojornalista que ajudou as menores compartilhou a situação dramática da família, que vive em um campo de refugiados na área central de Gaza.
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O episódio envolvendo as crianças acontece em meio à escalada de violência na região, com novos conflitos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. No mesmo dia, o Hezbollah afirmou ter lançado “mísseis de precisão” e drones contra alvos israelenses no sul do Líbano. Em retaliação, Israel intensificou os bombardeios em Beirute, atacando áreas que seriam usadas pelo Hezbollah.
Enquanto isso, a situação na Faixa de Gaza segue trágica. De acordo com a agência Anadolu, mais de 700 mil palestinos estão vivendo em abrigos improvisados, sem acesso a itens básicos como água potável, alimentos e medicamentos. O Unicef alerta para as condições extremamente perigosas enfrentadas por essas famílias, principalmente pelas crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também anunciou que aproximadamente mil mulheres e crianças, gravemente feridas ou doentes, serão transferidas de Gaza para receber tratamento médico adequado em outras regiões nos próximos meses.
Desde o início dos conflitos, o número de mortos em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, ultrapassou 42 mil, sendo a maioria mulheres e crianças. Também há escassez de mantimentos e assistência médica. Embora haja pressões internacionais para um cessar-fogo imediato, as negociações seguem sem avanços, e a população de Gaza permanece presa em uma crise humanitária de proporções alarmantes.