Hugo Gloss

Mais de 200 pessoas estão presas e aguardam resgate no Monte Everest após forte nevasca

Mais de 200 pessoas estão presas e aguardam resgate no Monte Everest após forte nevasca (Foto: Reprodução/ X)

Uma tempestade de neve, que atingiu a fronteira entre o Tibete e o Nepal, começou na última sexta-feira (3) e se agravou rapidamente, deixando centenas de pessoas presas no Monte Everest. Segundo a mídia estatal chinesa, equipes de resgate foram mobilizadas para o local. Até o momento, 350 pessoas conseguiram ser socorridas, enquanto 200 seguem presas.

Os caminhantes resgatados foram levados ao ponto de encontro na cidade de Qudang. Os outros foram encontrados, mas seguem no local. Os turistas faziam trilhas quando ficaram presos nas estradas congeladas e foram forçados a se abrigar em barracas. Diversos grupos ficaram isolados em acampamentos. A mídia estatal chinesa informou que em algumas áreas, a nevasca chegou a soterrar as barracas.

Uma operação de resgate foi mobilizada pelo condado de Dingri no domingo (5) para remover a neve que bloqueia o acesso à área, localizada a mais de 4,9 mil metros de altitude. As pessoas envolvidas na operação relataram que há suprimentos suficientes e que o pessoal está seguro.

Chen Geshuang, que faz parte de um grupo que chegou a Qudang, relatou à Reuters a situação. “Estava tão úmido e frio que a hipotermia era um risco real (…) O clima deste ano não está normal. O guia comentou que nunca tinha visto um clima assim em outubro. E que aconteceu de forma tão repentina”, disse ela.

Ela contou que partiu do município de Qudang em 4 de outubro com a intenção de chegar cinco dias depois ao acampamento de Cho Oyu, uma rota que oferece vistas dos picos do Himalaia. A estratégia inicial era abandonar as montanhas em 11 de outubro. No entanto, os planos mudaram com a chegada da forte nevasca.

Chen chegou a consultar a previsão do tempo. A neve era esperada para 4 de outubro, mas com melhora no dia seguinte. O grupo dela, então, decidiu ficar no local. Porém, durante a noite, a tempestade piorou, trazendo trovões, ventos fortes e neve incessante. “Quando acordamos na manhã seguinte, a neve já tinha cerca de um metro de profundidade”, lembrou Chen.

Ela acrescentou que seu grupo decidiu voltar e passou quase seis horas caminhando. Durante a descida, encontraram aldeões tibetanos que subiam a colina carregando suprimentos para as equipes de resgate. Os aldeões contaram que centenas de moradores locais tinham se juntado à operação de busca e resgate.

“Muitas pessoas vêm aqui para fazer caminhadas durante a Semana Dourada [um feriado chinês], mas a neve deste ano foi excepcional, disse ela. Chen ainda ressaltou que era experiente, mas a situação desta vez estava diferente. “Essa nevasca foi extremamente difícil de enfrentar. Tive muita sorte de conseguir escapar”, pontuou.

De acordo com a Reuters, Companhia de Turismo do Condado de Tingri suspendeu a venda de ingressos e o acesso à área cênica do Everest desde sábado (4). A equipe de resgate Blue Sky do Tibete recebeu uma chamada de socorro informando que muitas tendas haviam desabado devido às fortes nevascas e que alguns caminhantes já estavam sofrendo de hipotermia.

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