Uma menina de apenas 12 anos recebeu um diagnóstico surpreendente após desenvolver uma infecção de pele por causa de um banho de hidromassagem. A história da britânica Poppy Flaubert foi divulgada pelo jornal O Globo, nesta segunda-feira (13). Segundo a família da criança, ela tem Síndrome de Dor Complexa Regional e, atualmente, não consegue nem andar.
A Síndrome de Dor Complexa Regional, também conhecida como SDCR, é uma condição neurológica rara que causa uma dor insuportável em resposta ao menor toque. A mãe de Poppy, Georgina Flaubert, contou que a filha tomou um banho de banheira há três anos e logo percebeu um sinal fora do comum em sua pele, que desencadeou uma série de dores crônicas. Na época, a lesão foi tratada com antibiótico, mas tudo mudou quando a menor deu uma topada com o pé.
“Ficou cada vez mais dolorido, não entendíamos por que ela estava gritando de dor. Ela não conseguia colocar o pé no chão. Os médicos não sabiam o que estava errado”, relembrou Georgina. A menina foi encaminhada para novos exames, que concluíram a SDCR. Segundo o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, a síndrome normalmente afeta apenas um único membro do corpo e dura pouco tempo, mas pode se espalhar pelo corpo e perdurar por anos.
Atualmente, o caso de Poppy evoluiu ao ponto da menina não conseguir encostar os pés no chão e precisar do auxílio de cadeira de rodas. Ela ainda relata sentir dores extremas ao mínimo toque, como uma leve chuva. “(A dor) é tão intensa que até mesmo uma pena tocando nela é como uma faca a esfaqueando. É tão difícil vê-la com tanta dor e saber que não há nada que possamos fazer para ajudá-la”, desabafou a mãe.
Enquanto a SDCR continua sem cura, os médicos recomendaram que Poppy tomasse paracetamol intravenoso e fizesse um tratamento chamado “Scrambler”, que usa eletrodos para enviar sinais para a parte do corpo que sente dor e estimula o cérebro a perceber os estímulos como “normais”. O procedimento, entretanto, só é realizado na Itália e não tem resultado definitivo. “Ela estava toda iluminada e feliz, mas quando voltamos para casa, depois de cerca de uma semana ou mais, a dor começou a voltar”, lamentou Georgina.
A família da criança está determinada para aumentar a conscientização sobre a doença, que pode ser mais comum do que as pessoas imaginam. Na semana passada, uma adolescente americana recebeu uma indenização multimilionária em uma ação movida contra um hospital na Flórida. Maya Kowalski e sua família processaram o Johns Hopkins All Children’s Hospital e o Departamento de Crianças e Famílias em mais de US$ 220 milhões (R$ 1 bilhão) porque a clínica não acreditou que ela sofria de Síndrome de Dor Complexa Regional.
O diagnóstico errado fez com que a mãe de Maya fosse acusada de abuso infantil e perdesse a guarda da filha. Depois disso, ela entrou em uma depressão profunda e terminou tirando a própria vida. O caso foi tema do documentário “Take Care of Maya”, da Netflix. Relembre, clicando aqui.
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