[ALERTA DE GATILHO: O texto abaixo contém temas delicados como suicídio.]
Uma jovem de 12 anos, de Greenville, Carolina do Sul, foi vítima de bullying na escola, o que resultou em uma tentativa de suicídio. Dois anos após o incidente, os pais da adolescente entraram com um processo judicial depois que os agressores tiraram fotos dela enquanto estava internada na UTI, zombando da vítima nas redes sociais.
De acordo com o The New York Post, Kelaia Turner, hoje com 14 anos, sofreu abusos físicos e verbais por mais de um ano de cinco colegas da Dr. Phinnize J. Fisher Middle School. A família de Kelaia processa o distrito escolar e nove membros do corpo docente, acusando-os de negligência.
O bullying começou em 2021, quando a garota passou a usar seu cabelo natural na escola. Na época, ela era chamada de “barata” pelos agressores, que também diziam que ela parecia “um homem”. A professora de Kelaia, Olivia Bennett, é acusada de participar da ridicularização da menina, apontando a vítima quando os agressores perguntavam: “Onde está a barata?”.
Além dos insultos diários, Kelaia foi empurrada e agredida verbalmente. A situação piorou quando a escola foi alertada pelos pais sobre os abusos, e houve uma tentativa de transferir a menina para outra turma.
Em 2022, o caso tomou novos rumos quando Kelaia se envolveu em uma briga com um dos agressores e foi suspensa, enquanto o agressor não sofreu nenhuma punição. Em 23 de maio de 2022, os pais de Kelaia relataram que alunos exibiram um vídeo racista do YouTube, intitulado “The Black People Song”. O professor John Teer supostamente permitiu que o vídeo fosse exibido sem consequências. Além disso, os agressores jogaram água nas roupas de Kelaia e depois as jogaram no lixo.
Segundo o processo, Kelaia chegou a ver o suicídio como a única solução. Ela tentou se enforcar em 17 de março de 2023, ficando sem vida por oito minutos, antes de ser reanimada por paramédicos. Contudo, os danos cerebrais que sofreu são irreversíveis, deixando-a sem controle sobre seu corpo.
Durante o período em que Kelaia estava em coma, um dos agressores entrou na UTI e tirou fotos da jovem, intubada, compartilhando-as nas redes sociais e espalhando rumores sobre suas lesões. A mãe de Kelaia, Ty Turner, processou o distrito de Greenville por não proteger sua filha e permitir que o bullying continuasse sem controle por mais de um ano e meio.
No processo, os pais afirmam que denunciaram os abusos, mas que o distrito escolar não tomou providências eficazes. “Ela estava fria ao toque, sangue saía do nariz [quando foi encontrada]. Ela havia se comprometido totalmente com o que estava tentando fazer, e ela ficou morta por oito minutos inteiros”, lamentou a mãe.
A ação, registrada em novembro, busca compensações financeiras do distrito escolar e dos membros do corpo docente, para cobrir os custos médicos de Kelaia, incluindo tratamentos psiquiátricos, educação especial, salários perdidos pelos pais ao cuidarem dela, despesas com cuidados médicos a longo prazo, entre outros danos psicológicos e emocionais.
A Greenville County Schools negou as acusações. Em nota, a instituição afirmou que toma as medidas adequadas para lidar com incidentes de bullying.
“Discordamos dessas alegações e realizamos uma investigação detalhada e revisão de cada alegação no momento em que foram feitas”, disse o distrito em um comunicado. “Embora não concordemos com as alegações, nossos corações estão com Kelaia Tecora Turner, sua mãe e sua família”, acrescentaram os responsáveis. Na manhã de terça-feira (3), uma campanha no GoFundMe para ajudar Kelaia arrecadou mais de $15.000.
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