Um menino de 12 anos quase morreu ao tentar realizar uma “trend” das redes sociais. O caso aconteceu no mês passado, em Doncaster, na Inglaterra. Cesar Watson-King teve uma parada cardíaca e só foi salvo porque sua família conseguiu prestar os primeiros socorros a tempo.
De acordo com o Daily Mirror, Cesar inalou uma lata de desodorante para praticar “Cromagem”, que se baseia em inalar substâncias químicas perigosas como forma de uso recreativo de drogas. Em seguida, ele teve diversas convulsões. Por sorte, a mãe do menino, Nichola King, o encontrou no chão da cozinha e logo começou a realizar uma massagem cardiorrespiratória enquanto seu outro filho chamava a ambulância.
Cesar foi levado às pressas para o hospital, onde sofreu novas convulsões e uma parada cardíaca antes de ser colocado em coma induzido. “Eu tinha acabado de amamentar meu bebê e estava caindo no sono quando ouvi um estrondo muito alto. Pensei que uma das crianças tinha feito alguma coisa. Comecei a descer as escadas e vi Cesar caído no chão, com os olhos revirados. Achei que ele tinha caído e batido a cabeça. Não tinha ideia do que tinha acontecido. Ele ficou azul e parou de respirar. Pensei que ele tinha morrido”, relembrou Nichola.
O garoto ficou oito dias internado e já voltou para casa. A mãe, no entanto, acredita que o caso tenha deixado sequelas. “Não sabemos sobre danos a longo prazo, mas sua memória de curto prazo é muito ruim. Ele não conseguia se lembrar do que tinha acontecido. Se eu não tivesse ouvido nada naquela noite, teria descido e encontrado um cadáver na manhã seguinte”, comentou.
Para Nichola, Cesar foi incentivado por alguém mais velho: “Eu nunca tinha ouvido falar de ‘cromagem’ antes disso. Um garoto mais velho mostrou a ele como fazer. Quando a polícia me contou o que ele inalou, pensei que ele fosse morrer. Eu sabia que estava escrito no verso das latas ‘abuso de solvente mata instantaneamente'”.
Ela completou, alertando as crianças que a prática “não vale a pena”, e enfatizou a importância dos pais serem treinados em primeiros socorros. “Acho que qualquer pessoa com filhos deveria fazer um curso, pois pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, finalizou.
Segundo a instituição de caridade inglesa Talk to Frank, ocorrem mais de 50 mortes no país todos os anos envolvendo colas, gases, solventes e aerossóis. Quando a inalação de gases tóxicos é usada de forma abusiva, afeta o sistema nervoso central e diminui a atividade cerebral, o que resulta em uma “euforia” de curto prazo. Isso pode causar fala arrastada, tontura, alucinações, náusea e desorientação, assim como asfixia e até uma parada cardíaca.
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