Monique Olivier, ex-mulher do serial killer Michel Fourniret, foi condenada nesta terça-feira (19) pelo tribunal francês à prisão perpétua por ser cúmplice em dois assassinatos e um sequestro. De acordo com a BBC, ela foi julgada por participar do estupro e do crime que matou Joanna Parrish, de 20 anos, em 1990, e de Marie-Angèle Domèce, de 18 anos, em 1988.
Monique também foi acusada de ajudar a sequestrar Estelle Mouzin, de nove anos, em 2003. O corpo da criança nunca foi encontrado. A ex-esposa de Fourniret tinha o papel de tranquilizar as vítimas para que elas entrassem na van do seu parceiro. O pai de Joanna Parrish, Roger Parrish, disse ter esperado “muito tempo” pela condenação.
Além disso, ele falou sobre como a função de Monique foi fundamental para o criminoso conquistar a confiança das vítimas. “A presença dela por si só teria conquistado a confiança de todas as vítimas, que nunca teriam acreditado que uma mulher pudesse ter participado de um ato tão terrível e depravado”, disse Roger.
Durante o julgamento, o pai ainda pediu um minuto de silêncio por todas as vítimas de Fourniret. Em 2008, o criminoso foi preso por estuprar e assassinar no mínimo sete garotas entre 1987 e 2003. A maioria das mulheres foram mortas na região das Ardenas, no norte da França, e na Bélgica. Dez anos depois, ele recebeu sua segunda prisão perpétua por um oitavo assassinato. No total, ele confirmou ter matado onze mulheres. O criminoso faleceu em 2021, aos 79 anos.
Pouco antes do júri dar o veredito, Monique pediu perdão às famílias das vítimas: “Lamento tudo o que fiz e peço perdão às famílias das vítimas, embora saiba que é imperdoável”. O presidente do tribunal, Didier Safar, declarou que os crimes cometidos por ela e o ex-marido tiveram “circunstâncias desumanas”.
“Trata-se da extrema gravidade dos fatos que contribuíram para a morte de duas jovens mulheres e de uma menina de nove anos, em circunstâncias desumanas […] Monique Olivier não tinha empatia pelas suas vítimas, que ela desumanizou”, disse ele. Monique já cumpre prisão perpétua por sua participação nos crimes anteriores de Fourniret. A segunda sentença de prisão perpétua será de, no mínimo, 20 anos.
Na época em que Fourniret foi preso, Olivier declarou que era uma dona de casa gentil e submissa, obrigada a aguentar o marido abusivo. Depois disso, várias armas foram encontradas na residência do então casal e foi descoberto que Olivier era cúmplice do serial killer. Em muitos dos casos, ela estava presente no momento do crime, chegando até mesmo a fazer sexo oral em Fourniret, enquanto ele cometia um estupro.
Para os investigadores, Fourniret falava para Olivier sobre seu desejo que tinha de estuprar garotas. Quando conheceu o criminoso, Monique era casada e vivia em relacionamento abusivo, muitas vezes sendo até agredida fisicamente. Por isso, acredita-se que ela queria que o serial killer matasse o seu marido e, em troca, ela ajudaria nos crimes.
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