Mulher alega ter encontrado rato morto em salada nos EUA, mas restaurante diz que vídeo conta outra história

O caso aconteceu na segunda-feira (5), em Nova York

No dia 5 de maio, Hannah Rasbach comprou uma salada no restaurante Ongi, em Nova York, durante seu intervalo de almoço. Ao começar a refeição, no entanto, ela afirma ter sido surpreendida por um rato morto entre os ingredientes. O restaurante contesta a acusação e diz ter imagens de segurança que mostram Rasbach deixando o local com a salada aparentemente intacta.

“Eu comi provavelmente metade, talvez dois terços da salada, acho, e vi algo coberto — pensei que fosse um pedaço de bulgogi que não estava bem cortado, meio enterrado na alface”, relatou Hannah à revista People. “Comecei a tentar cortar com a faca, mas algo não parecia certo. Então movi a alface e consegui ver o que era. Fiquei em choque”, afirmou.

Segundo a jovem, ela não misturou a salada antes de comer, o que pode ter impedido que notasse o animal no fundo do pote. Ela estimou que o rato tivesse entre 10 e 12 centímetros e compartilhou uma imagem em que o animal aparece coberto de molho, entre os outros ingredientes. “Eu já tinha comido uma quantidade considerável quando cheguei até ele”, disse.

A mulher compartilhou uma imagem mostrando o rato dentro do pote de salada. (Foto: Reprodução/People)

Após a descoberta, Hannah correu até a sala da chefe, foi ao banheiro vomitar e, mais tarde, retornou ao restaurante acompanhada de uma colega de trabalho para relatar o ocorrido aos funcionários.

“[A gerente] foi bem indiferente, não parecia muito surpresa, o que me deixou confusa”, disse a jovem. “Ela colocou luvas, abriu o pote, fechou e me perguntou se eu achava que veio do mix de folhas — não sei como eu saberia disso — mas disse que achava que tinha vindo do bulgogi”, explicou.

Preocupada com possíveis riscos à saúde, Hannah buscou atendimento médico e foi medicada com antibióticos preventivos. Segundo ela, o profissional alertou que a principal preocupação seria a possibilidade de o rato ter urinado ou defecado na comida, já que ela não ingeriu partes do animal.

Durante a consulta, o dono do Ongi, Ray Park, entrou em contato com ela por telefone. “Ele foi muito atencioso, pediu desculpas e disse que queria resolver a situação. Pediu que eu dissesse como poderiam compensar”, contou.

Park também teria feito outras ligações e enviado mensagens para acompanhar o estado de Hannah. De acordo com um porta-voz, os dois conversaram às 13h31 (horário local) do mesmo dia. “Ele pediu para que ela retornasse a ligação após o tratamento, mas isso não aconteceu”, informou o representante. Hannah não retornou ao trabalho naquele dia.

Continua depois da Publicidade

Restaurante contesta a denúncia

Após a denúncia, os proprietários do Ongi iniciaram uma investigação interna. A jornalista Kemberly Richardson, da Eyewitness News, confirmou que as câmeras de segurança registraram a presença de Rasbach no restaurante no dia 5.

Contudo, um porta-voz do estabelecimento afirma que as imagens mostram a cliente deixando o local com a salada aparentemente normal. “Revisamos as filmagens da preparação da refeição e conversamos com os funcionários envolvidos. Com base nesse vídeo e em outras evidências, concluímos que o contaminante não foi colocado na salada dentro do nosso restaurante. Nos esforçamos para oferecer excelência e comida coreana de qualidade todos os dias. Nunca tivemos nenhuma denúncia de contaminação antes. Nossos clientes devem continuar confiando na qualidade dos nossos produtos”, afirmou o porta-voz.

O restaurante também informou que Hannah recebeu reembolso imediato pela refeição. Dois dias após o caso vir à tona, o local passou por uma inspeção do Departamento de Saúde de Nova York, no dia 7 de maio.

“O Ongi se orgulha de sua excelente equipe e treinamento. Seguimos padrões rigorosos de segurança alimentar e confiamos plenamente em nossos funcionários e práticas de produção. Sempre recebemos nota ‘A’ do Departamento de Saúde de Nova York, inclusive na inspeção mais recente, em março de 2025. Essa nota ‘A’ foi confirmada e renovada em 7 de maio, após a inspeção solicitada pela cliente. O relatório do inspetor diz: ‘Acusação: roedores. Nenhum roedor foi observado no local durante a inspeção. Última dedetização realizada em 5/5/25. Acusação não comprovada'”, declarou o porta-voz.

Câmeras de segurança registraram o momento em que a salada foi preparada. (Foto: Reprodução/ABC 7 NY)

Questionado se acreditava na autenticidade da imagem divulgada por Rasbach, o dono do restaurante reforçou: “O contaminante na tigela não estava lá quando foi selado e entregue à Sra. Rasbach no restaurante. É implausível sugerir que um objeto tão grande teria passado despercebido pelos funcionários durante o preparo. O vídeo de toda a preparação desmente a alegação da Sra. Rasbach”.

Continua depois da Publicidade

Apesar da negativa do restaurante, Hannah insiste que está dizendo a verdade. “O que eu ganharia com isso? Não estou processando. Não há nenhum benefício em eu colocar um rato na minha comida. De onde eu tiraria esse rato? Não entendo como isso poderia ter acontecido”, afirmou.

Desde o episódio, a jovem diz sentir repulsa por qualquer alimento, especialmente carnes. “Estou com medo até de pedir comida na hora do almoço agora. Vou passar a levar minha marmita, porque sinto que não dá pra confiar no que tem dentro de nada. Não estou doente fisicamente, mas estou abalada. Estou traumatizada. Vou sobreviver, mas por enquanto, só comida de casa”, concluiu.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques