Mulher que vendeu tudo para embarcar em cruzeiro de 3 anos é banida do navio após exposed de mensagens do WhatsApp

Cruzeiro, que tinha 425 destinos em 147 países, foi adiado devido às grandes reformas no navio

Uma mulher de 68 anos, identificada como Jenny Phenix, alegou ter sido banida de um “cruzeiro dos sonhos” que faria ao redor do mundo após suas mensagens privadas do WhatsApp vazarem. Nesta quarta-feira (18), o The Mirror informou que ela vendeu todos os pertences para seguir a viagem, que tem um custo de US$ 350.000 (R$ 1,9 milhão).

Conforme o site, Jenny foi uma das passageiras do Villa Vie Odyssey que enfrentou sérios problemas com a empresa sobre a viagem de três anos pela Europa, Ásia e Américas. Muitos viajantes que estavam a bordo, inclusive, estão retidos em Belfast, na Irlanda no Norte, há três meses devido aos imprevistos.

O cruzeiro foi adiado devido a grandes reformas no navio, comprado pela empresa em 2023. A Life at Sea Cruises, responsável pelo roteiro proposto aos clientes, não estaria cobrindo os custos de alimentação ou hospedagem de quem faria a viagem. Consequentemente, vários passageiros precisaram voltar para suas respectivas casas devido à crise financeira.

Jenny vendeu seus pertences para participar do passeio, pretendendo comprar alguns itens em Miami, nos Estados Unidos, ao longo do caminho. Porém, ela descobriu que o cronograma do cruzeiro não incluía mais a parada e compartilhou suas preocupações em um grupo do WhatsApp.

Na conversa, ela disse que há a possibilidade da reforma do navio continuar mesmo depois que ele partir de Belfast. Caso aconteça, ela teria que usar uma cabine temporária, pois a que havia reservado ainda estava sendo usada pela tripulação.

Cruzeiro tem objetivo de visitar 147 países em três anos (Foto: Reprodução/Instagram)

As mensagens de Phenix aparentemente chegaram aos proprietários do Villa Vie. Ele lhe disseram, então, que o contrato dela para a viagem havia sido cancelado por “comportamento que afetava o moral da comunidade”.

De acordo com o Telegraph, a diretora de operações Kathy Villalba foi quem emitiu o comunicado para a mulher. “Recebemos mais de uma dúzia de reclamações formais de passageiros sobre suas solicitações contínuas e negativas. Esse comportamento impactou significativamente a moral e o bem-estar de outros passageiros”, declarou ela.

Jenny, por sua vez, admitiu ter ficado em choque com o aviso. “Eu nunca fui rude ou desrespeitosa e nunca participei de ataques pessoais. Essas eram conversas privadas. Não postei nada em plataformas de mídia social”, defendeu-se. Ela acrescentou que não era a única pessoa chateada, pois o cruzeiro continuava sendo adiado.

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A frustração entre os passageiros aumentava a cada atraso. Eu tendia a ser uma das mais francas ao fazer perguntas importantes. Muitos passageiros me agradeceram em particular por falar em nome de todo o grupo”, ressaltou. Para a senhora, todos os seus planos estavam concentrados no cruzeiro de três anos depois que outro projeto de navio residencial, o Life at Sea, da Flórida, entrou com pedido de falência e lhe devia US$ 30.000 (R$ 164 mil).

Logo, Jenny pagou um depósito inicial e planejou decidir, quando estivesse a bordo, se gastaria entre US$ 120.000 (R$ 657 mil) e US$ 350.000 em uma cabine ou se participaria do programa Endless Horizon da empresa, que permite aos passageiros fazer um cruzeiro pelo resto de suas vidas a partir de US$ 300.000 (R$ 1,6 milhão).

Feito o primeiro pagamento, ela voou em maio para Southampton, na Inglaterra, para embarcar na jornada com 425 destinos em 147 países. “Fomos notificados sobre um pequeno atraso, mas nada parecia crítico. E, claro, os planos de viagem e reservas de hotel foram feitos com meses de antecedência”, analisou Phenix.

Jenny foi uma das passageiras lesadas pela empresa responsável pela viagem (Foto: Reprodução/Facebook)

Problemas com a documentação

A empresa anunciou que mudaria a partida do navio para Belfast em 30 de maio, e mais problemas foram descobertos. O navio ficou parado por quatro anos durante a pandemia, suas certificações expiraram e, em vez de simplesmente renová-las, a Villa Vie teve que fazer o procedimento do zero.

À CNN, o CEO Mike Petterson explicou que os problemas surgiram quando a DNV, empresa responsável pelo certificado, solicitou a documentação sobre reparos anteriores no navio. Ele alegou que outros trabalhos já haviam sido recomendados, mas nunca foram concluídos.

Uma outra questão foi que a Villa Vie não tem documentação de um reparo de motor em 2007, e um novo conserto precisou ser realizado e documentado. Foi entre esses trabalhos que passageiros ficaram presos em Belfast, enquanto Jenny Phenix retornou para a Flórida.

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Reembolso

A mulher afirmou que seu depósito foi parcialmente reembolsado, mas ainda está tendo dificuldades para entender o que aconteceu. “Não consigo nem começar a explicar a devastação emocional e o desgaste físico que isso me causou. Passaram-se semanas até que eu conseguisse falar friamente sobre a situação e pudesse até mesmo explicar para meus filhos”, salientou.

“Ainda é muito difícil para mim discutir isso, pois tive o mesmo sonho que todos naquele navio têm, e eles tiraram isso de mim, aparentemente sem pensar. Terei que ficar com minha filha até descobrir um novo plano para minha vida”, continuou ela.

Contudo, Petterson justificou que a mulher “quebrou vários termos e condições e assinou um acordo de confidencialidade”. “Os residentes fundadores votaram e concordaram em manter a suspensão dela e planejamos respeitar essa decisão. Não temos mais nada a comentar sobre a disputa em andamento”, pontuou.

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Segundo o CEO, quem está a bordo do navio deverá zarpar já na próxima semana, uma vez que os testes do cruzeiro feitos no mar correram bem. “Passamos em tudo”, garantiu. Ele disse, ainda, que a empresa recebeu “algumas sugestões de ajustes a serem feitos”, incluindo treinamento de equipe, mas essas questões não impediriam a certificação e a partida para a viagem.

“Quaisquer itens pendentes serão resolvidos no fim de semana”, afirmou Petterson, observando que a etapa final é obter a autorização da guarda costeira, o que ele espera que aconteça nos próximos dias.

Nesse meio tempo, a empresa anunciou que deixaria de pagar as contas mensais de hotel dos residentes, que chagam a US$ 501.300 (R$ 2,7 milhões), alegando que a despesa estava se tornando “insustentável”. Isto porque já gastaram mais de US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões) em quatro meses. Os passageiros também serão compensados ​​com um crédito de bordo de até US$ 200 (R$ 1 mil) por dia, concluiu o CEO.

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