Mulher viaja à Itália para tentar salvar o casamento, mas história tem reviravolta e desfecho surpreende

Monica Kennedy se casou com o ex aos 18 anos, e juntos, eles têm dois filhos

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A ideia era tentar reacender a chama no relacionamento, mas a norte-americana Monica Kennedy não imaginava que uma viagem à Itália mudaria completamente os rumos da sua vida. Casada há mais de duas décadas, ela buscava uma solução para os conflitos no casamento quando decidiu visitar a Costa Amalfitana, um dos destinos mais românticos da Europa. Foi lá que conheceu Isidoro Langella – o guia turístico que mais tarde se tornaria seu marido.

Moradora de Connecticut, nos Estados Unidos, Monica trabalhava como gerente paralegal em duas clínicas jurídicas ligadas à Faculdade de Direito de Yale. Nas horas vagas, dava aulas de ioga, cultivava hobbies e se reunia com amigas. Os filhos do casal já eram adultos e tinham saído de casa. À primeira vista, parecia uma vida perfeita, mas, segundo Kennedy, ela se sentia presa em uma relação que já não fazia mais sentido.

“Conheci meu primeiro marido quando tinha 18 anos. Ficamos juntos por 24 anos e tivemos dois filhos. Quando as pessoas se casam muito jovens, muitas vezes acabam se distanciando lá na frente. Foi um pouco o que aconteceu conosco”, contou Monica, ao Universa UOL.

De acordo com a gerente, o casal enfrentava diferenças de rotina e dificuldades de comunicação: “Estávamos tendo muitos conflitos, trabalhávamos em horários diferentes e meu ex não queria fazer terapia de casal. Então pensei: ‘Vamos fazer uma viagem bem legal, para um lugar bonito e relaxante, longe das responsabilidades do dia a dia’. Ele é ítalo-americano, então a Itália pareceu o destino dos sonhos”.

Monica conheceu o guia turístico em uma viagem com o ex. (Foto: Arquivo pessoal)

Em setembro de 2017, os dois embarcaram rumo à Costa Amalfitana. Durante o passeio, contrataram um guia para explorar melhor a região. Assim entrou Isidoro na história.

A primeira impressão, segundo Kennedy, foi positiva, mas distante: “É curioso, porque, de início, não fiquei atraída por Isidoro ou senti qualquer coisa diferente por ele. Lembro que ele foi muito simpático e educado e que fez gentilezas como abrir a porta do carro para mim, mas só estava fazendo o trabalho dele”.

O carisma e o conhecimento de Langella chamaram a atenção de Monica logo de cara. “Ele também era muito culto e inteligente, conhecia tudo sobre arte e cultura. Ele tem um diploma em patrimônio cultural, então tem muita informação para passar aos turistas. Àquela altura, no entanto, o sentimento não passava de admiração”, relatou.

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Durante o passeio, o casal o convidou para almoçar. Anos depois, Isidoro revelou à Kennedy que pensou em recusar, mas ficou sem jeito de negar. Após o encontro, trocaram contatos no Facebook, apenas como forma de agradecimento e eventual recomendação.

O retorno aos Estados Unidos não trouxe a mudança que Monica esperava. Os conflitos continuaram, e ela percebeu que a viagem havia servido apenas como uma distração temporária. O divórcio levou cerca de um ano para ser oficializado: “Quando voltamos para casa, percebi que os problemas entre nós persistiam. Foi como se a viagem tivesse sido um remendo que continuava a incomodar. Temos dois filhos e construímos uma vida juntos. Era difícil virar a página”.

Mesmo com estabilidade financeira e uma casa confortável, Kennedy relatou que não conseguia ignorar o incômodo de continuar em uma relação infeliz. Foi nesse período de transição que voltou a falar com Langella, inicialmente por um motivo despretensioso: uma amiga buscava um guia para a filha, que faria uma viagem à Itália.

Monica e Isidoro começaram a se relacionar na pandemia. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela entrou em contato com o guia para recomendar o passeio, mas houve um desencontro de informações e a viagem não aconteceu. Ainda assim, o diálogo entre os dois se manteve. “Voltei a falar com Isidoro em meio à oficialização do meu divórcio. Eu já estava separada do meu ex, mas ainda havia algumas burocracias a serem resolvidas. Quando tudo parecia encaminhado, minha amiga disse que a viagem não estava definida. Havia sido um mal-entendido. Me senti péssima por Isidoro e pedi mil desculpas. Ele não se zangou, foi compreensivo. A partir daí, começamos a conversar”, compartilhou.

Com o tempo, os dois descobriram afinidades e passaram trocar mensagens com mais frequência: “Percebi que tínhamos muito em comum. Nós dois gostamos de arte e rimos das mesmas coisas”. Um comentário sobre o filme Cinema Paradiso marcou a conexão entre eles: “Eu disse: ‘Nossa, adorei esse filme’. Ele respondeu: ‘Os americanos conhecem?’ Demos risada e fomos nos aproximando cada vez mais”.

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Convite para o primeiro encontro

O convite para uma visita partiu do italiano. Monica aceitou, ainda insegura. “Estava muito nervosa, porque eu não tinha um encontro romântico desde os 18 anos. Por outro lado, pensei: ‘Preciso saber se existe algo ali’. De fato, havia, não era ilusão”, declarou. Após a primeira visita, na Itália, ela voltou para casa, mas o reencontro aconteceu alguns meses depois, em outubro de 2019. A pandemia de Covid-19, porém, mudaria tudo.

Durante o auge da pandemia, as fronteiras fecharam e os dois ficaram quase um ano sem se ver: “No período mais crítico da pandemia, vários países fecharam suas fronteiras. Quando as medidas passaram a ser flexibilizadas, precisei provar às autoridades italianas que Isidoro e eu éramos um casal. Tive de mostrar fotos, mensagens no celular e outras evidências”.

Os dois se casaram em 2021. (Foto: Arquivo pessoal)

Apesar dos obstáculos, o casal resistiu. Em abril de 2021, os dois oficializaram a união. Hoje, vivem entre a Itália e os Estados Unidos. “A nossa história não é nada romântica como nos filmes de Hollywood. O caminho que percorremos até aqui não foi fácil, mas, no final, tudo valeu a pena”, declarou a norte-americana.

Juntos, criaram a empresa “To Amalfi with Love Tours of Italy”, especializada em montar viagens personalizadas para os clientes. “Planejamos viagens dos sonhos para nossos clientes, para que eles também se apaixonem pela Itália, e viajamos pelo país para colecionar experiências e levá-las àqueles que confiam em nós. Agora que parei para pensar, talvez essa seja a parte romântica da nossa história”, concluiu.

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