O caso da enfermeira britânica Lucy Letby ganhou uma reviravolta nesta terça-feira (18). Um inquérito público que examina como ela foi capaz de assassinar os bebês que estavam sob seus cuidados deve ser suspenso. De acordo com a advogada dos gerentes seniores do hospital, novas evidências colocam em dúvida as condenações de Lucy.
A enfermeira foi condenada em agosto de 2023 por assassinar sete bebês e tentar matar outros seis. Os crimes ocorreram no Hospital Condessa de Chester (COCH), na Inglaterra, entre junho de 2015 e junho de 2016. Um mês após a decisão da justiça britânica, Letby se tornou alvo de uma nova investigação, envolvendo três outros casos.
A britânica fracassou em vários recursos, mas desde então especialistas médicos têm contestado publicamente as provas com base nas quais ela foi condenada. Agora, a defesa dela solicitou à Comissão de Revisão de Casos Criminais (CCRC), que analisa possíveis erros judiciais, que as condenações sejam reexaminadas.
“Agora, parece haver uma probabilidade real de que existam explicações alternativas para essas mortes e colapsos inexplicáveis, ou seja, gestão e cuidados clínicos deficientes e causas naturais”, disse Kate Blackwell, advogada dos gerentes seniores do COCH. A defesa se pronunciou por meio de declarações por escrito ao inquérito, criado para determinar como as mortes não foram detectadas.

Kate pediu que o inquérito seja suspenso até que haja clareza quanto ao envolvimento de Letby: “Se houver evidências que indiquem a existência de explicações alternativas, seria errado que a investigação as ignorasse por serem inconvenientes”. Na segunda-feira (17), a presidente do inquérito, Kathryn Thirlwall, garantiu que ouviria os argumentos para que a investigação fosse suspensa após os gerentes, um parlamentar sênior e o próprio advogado de Letby pedirem a suspensão.
Apesar das dúvidas, a polícia ainda investiga se a enfermeira assassinou outros bebês. Além disso, o inquérito sobre possível homicídio culposo corporativo na unidade hospital foi expandido para considerar também homicídio culposo por negligência grave por parte de indivíduos.

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A advogada dos gerentes seniores do hospital declarou que os clientes admitem que erraram, mas eles negam veementemente as acusações de que protegeram “deliberada e conscientemente” uma assassina. Peter Skelton, um advogado que representa várias famílias de crianças envolvidas, afirmou que a conclusão da investigação era o único curso de ação justo e sensato.
Ele ainda acrescentou que havia vários problemas com as dúvidas levantadas sobre a culpa de Letby. “O que foi apresentado com grande alarde como evidência nova e incontestável acaba sendo antigo e cheio de falhas analíticas”, afirmou ele ao inquérito.
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