Um atirador de 22 anos matou 5 pessoas e deixou outras 18 feridas em uma boate LGBTQIAP+, localizada em Colorado Springs, nos Estados Unidos. O crime ocorreu na madrugada do último domingo (20). De acordo com o chefe de polícia de Colorado Springs, Adrian Vasquez, o suspeito do tiroteio no Club Q foi identificado como Anderson Lee Aldrich. Nesta terça-feira (22), Aaron Franklin Brink, pai do acusado, chocou ao demonstrar que ficou mais aliviado por descobrir que o filho não é gay — como se ser gay fosse mais grave do que matar pessoas.
Em entrevista ao CBS 8, o ex-ator pornô e lutador de MMA contou qual foi sua reação imediata ao saber do crime. “Eles começaram a me contar sobre o incidente, um tiroteio envolvendo várias pessoas”, disse ele do lado de fora da sua casa em San Diego. “E então eu descubro que é um bar gay. Eu disse, ‘Deus, ele é gay?’ Eu fiquei com medo, ‘Merda, ele é gay?’ E ele não é gay, então eu disse, ‘Ufaaaa’”, afirmou.
O homem continuou a dar um show de homofobia ao mencionar a sua religião. “Você sabe que os mórmons não gostam de gays. Nós não fazemos gay. Não há gays na igreja Mórmon. Nós não fazemos gay”, acrescentou ele. Segundo o The Daily Beast, a igreja mórmon confirmou que Aldrich era um membro, mas não estava ativo há algum tempo. Já o The New York Times revelou que Brink se descreve como um republicano conservador e religioso que condena a violência armada. Assista ao momento abaixo:
Apesar das afirmações de Aaron, em uma audiência também na terça-feira (22), os advogados do acusado declararam que o atirador se identifica como não-binário e que usa os pronomes “elu/delu”. O The Daily Beast teve acesso aos registros de reserva de Aldrich que listavam o gênero dele como masculino. Além disso, em mensagens de texto do dia do tiroteio, que a publicação teve acesso através de uma fonte próxima ao réu, a mãe dele se referiu ao filho como “ele/ dele”.
Originalmente, o nome do suspeito era Nicholas Franklin Brink. No entanto, ele decidiu mudar em 2016 para fugir do passado sórdido do seu pai. O The New York Times revelou que Brin foi preso várias vezes na Califórnia por uso de drogas e direção perigosa. Durante a entrevista, Aaron falou que a sua ex-esposa, Laura Voepel, confessou a ele anos atrás que seu filho havia mudado de nome porque estava com vergonha do seu pai.
Segundo Brink, Voepel afirmou mais tarde que Anderson havia morrido. Ele acreditava nesta versão da história até o ano passado, quando recebeu um telefonema do filho. Antes disso, o último contato dos dois tinha sido em 2011. O homem relembrou que a ligação evoluiu para uma discussão e que, em um determinado momento, o suspeito ameaçou espancá-lo. Mesmo assim, Brink garantiu que a conversa terminou de maneira amigável.
No bate-papo do lado de fora da sua casa, o pai do réu reconheceu que havia expressado forte desaprovação à comunidade LGBTQIAP+ durante a infância do seu filho. Contudo, no fim da conversa com o jornalista, ele expressou solidariedade às famílias das vítimas do tiroteio no clube.
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