O Papa Francisco morreu, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. O óbito aconteceu às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. Papa de número 266, Jorge Mario Bergoglio foi o líder máximo da igreja Católica por 12 anos.
A causa da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca. Segundo o boletim médico divulgado pelo Vaticano, o pontífice entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível. O quadro foi agravado por uma pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo II. O óbito foi confirmado por eletrocardiograma.
Papa Francisco morreu no apartamento em que morava na residência de Santa Marta, informou o serviço de imprensa da Santa Sé. O pontífice viveu no local desde sua eleição, em 2013. A notícia foi dada por Kevin Farrell, Cardeal Carmelengo da Igreja, que declarou: “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 (horário local) desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai“.
“Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo de verdadeiro discípulo do senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino“, completou o cardeal.
Em fevereiro, Francisco foi levado às pressas ao Hospital Gemelli, em Roma, após sentir dores intensas no peito. Antes de aceitar a internação, o líder católico teria resistido por dias a deixar o Vaticano. Os médicos, então, diagnosticaram o pontífice com pneumonia bilateral. Ele ficou cerca de 40 dias internado, mas chegou a voltar para o Vaticano antes de falecer.
Ontem (20), no Domingo de Páscoa, o papa fez a sua última aparição para abençoar milhares de pessoas, na Praça de São Pedro. Ele será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, também em Roma, ao invés da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O último a ser enterrado no local foi o Papa Leão XIII, em 1903.
Vida e trajetória na Igreja Católica
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, em 1936, e cresceu em uma família de imigrantes italianos. Ele foi o mais velho dos cinco filhos de Mario Giuseppe Bergoglio Vasallo e Regina Maria Sivori Gogna.
Antes de se dedicar ao sacerdócio, ele trabalhou como técnico químico. Depois disso, Bergoglio se licenciou em filosofia e teologia. Ainda jovem, enfrentou um sério problema de saúde que resultou na perda de um pulmão. Em 1958, ele decidiu entrar na Companhia de Jesus, onde se destacou por sua dedicação pastoral e compromisso com a justiça social.
Em 13 de dezembro de 1969, ele foi ordenado padre e se tornou responsável pela formação dos novos jesuítas. Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo auxiliar; em 1988, arcebispo de Buenos Aires. Além da sua língua nativa, o espanhol, ele falava italiano, francês, alemão e tinha conhecimentos de inglês, português e latim.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI em 13 de março de 2013. Neste momento, ele assumiu o nome de Francisco em referência a Francisco de Assis, por conta da “sua simplicidade e dedicação aos pobres”, como o próprio afirmou. Assim, ele se tornou o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.
Francisco foi reconhecido por sua ênfase na justiça social, proteção ambiental e inclusão. Enquanto esteve no cargo, ele reafirmou a missão da Igreja de servir a todos, especialmente os marginalizados. Ao completar 88 anos, ele se tornou um dos pontífices mais velhos a se manter na função.
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