O papa Francisco pediu desculpas nesta terça-feira (28), após fazer comentários homofóbicos em uma reunião com bispos na semana passada. Em comunicado, o Vaticano disse que Francisco não teve intenção de usar “linguagem homofóbica” e pede desculpas àqueles que tenham se sentido ofendidos.
De acordo com informações da agência italiana Ansa, em reunião a portas fechadas na última segunda-feira, o pontífice solicitou a bispos italianos que não aceitassem seminaristas gays, afirmando que os meios religiosos estavam “cheios de bichas“. Segundo os jornais La Repubblica e Corriere della Sera, na reunião, o papa ainda usou a palavra “frociaggine“, um termo vulgar italiano que pode ser traduzido aproximadamente como “viadagem“.
“O Papa Francisco está ciente das matérias recentemente publicadas sobre uma conversa, a portas fechadas, com os bispos da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Como ele afirmou em várias ocasiões: ‘Na Igreja há lugar para todos, ninguém é inútil, ninguém é supérfluo. Do jeito que somos, todos nós.’ O Papa nunca teve a intenção de ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo relatado por outros”, disse o comunicado.
Segundo o La Repubblica, questionado na reunião da semana passada pelos bispos sobre o tema, o pontífice teria dito que era necessário colocar limites para evitar “que exista o risco de alguém que é gay escolher o sacerdócio e acabar por levar uma vida dupla“. A declaração sobre o “excesso de bichas” teria sido feita, então, em seguida.
O veículo ainda revelou que contatou bispos que afirmaram que estava claro que o pontífice “não tinha consciência de quão insultuosas eram as suas palavras em italiano”. Eles acrescentaram ainda que as declarações foram recebidas com alguns risos incrédulos, porque “o erro do papa, cuja língua materna não é o italiano, era evidente”.
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