O papa Francisco voltou a utilizar um termo homofóbico, nesta terça-feira (11), durante reunião. Segundo informações da agência de notícias italiana Ansa, o pontífice afirmou que existe um “ar de viadagem no Vaticano”.
Ele teria usado a palavra “frociaggine”, um termo vulgar italiano que pode ser traduzido como “bichice” ou “viadagem”. Além disso, o papa também teria dito, durante uma conversa com bispos de Roma, que homens com “tendências homossexuais” não deveriam ter permissão de entrar para o seminário e se tornarem sacerdotes.
Os comentários surgem menos de um mês após Francisco também ter usado o termo. No fim de maio, ele orientou, durante uma reunião com bispos italianos, a não aceitarem padres abertamente gays, pois, segundo ele, os meios religiosos já estavam “cheios de bichas”. Segundo o La Repubblica, o pontífice, ainda, teria dito que era necessário colocar limites para evitar “que exista o risco de alguém que é gay escolher o sacerdócio e acabar por levar uma vida dupla”.
Após a repercussão, o pontífice fez um pedido público de desculpas. “O Papa Francisco está ciente das matérias recentemente publicadas sobre uma conversa, a portas fechadas, com os bispos da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Como ele afirmou em várias ocasiões: ‘Na Igreja há lugar para todos, ninguém é útil, ninguém é supérfluo. Do jeito que somos, todos nós’. O Papa nunca teve a intenção de ofender ou expressar-se em termos homofóbicos, e pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo relatado por outros“, informou o porta-voz do Vaticano, na época.
Questionado sobre Francisco usar novamente a expressão depreciativa, o Vaticano emitiu um novo comunicado e afirmou que o papa reitera a necessidade de acolher pessoas LGBTQIA+ na Igreja Católica, mas ter cautela sobre elas se tornarem seminaristas.
Eleito pelo colégio cardinalício em 2013, o pontífice já fez várias declarações sobre a comunidade LGBTQIA+. Em seu primeiro ano de papado, ele disse: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?“. No ano passado, Francisco permitiu que padres concedam bênçãos a casais do mesmo sexo.