Antes de se tornar o novo líder da Igreja Católica, o papa Leão XIV já tinha vindo ao Brasil. Robert Francis Prevost, de 69 anos, visitou o país em pelo menos duas ocasiões, em 2004 e 2012, e, de acordo com o g1, ele tinha passagem comprada para retornar neste ano, quando pregaria no retiro da 62ª Assembleia Geral da CNBB. O evento, previsto para abril, foi cancelado devido à morte do papa Francisco.
Durante as visitas anteriores, o agora pontífice esteve em Guarulhos, em São Paulo, e Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde participou de celebrações e encontros com a Ordem de Santo Agostinho, da qual era superior.
Em Belo Horizonte, Prevost participou da festa de 70 anos do Colégio Santo Agostinho em 2004, ocasião em que chegou a ser fotografado servindo frango com quiabo, prato típico da culinária mineira. Já em 2012, presidiu a Profissão Solene de freis agostinianos em Mário Campos, na região metropolitana da capital mineira.
“Foi uma ocasião de muita alegria. Eu lembro que, na celebração, eu cheguei a expressar isto: nunca imaginei que eu iria professar votos diretamente nas mãos do prior geral, que para nossa ordem é uma figura importantíssima. E hoje eu digo de novo: nunca imaginei que eu ia professar votos na mão do prior geral e que hoje é papa”, recordou o frei Jeferson Felipe ao portal.
O frei Paulo Gabriel, que conviveu com Prevost, acredita na continuidade entre o novo pontífice e seu antecessor. “Ele é muito bem informado teologicamente, é humilde, próximo, sério, muito espiritual e contido nos gestos. Francisco o escolheu para Bispo, no Peru, para se contrapor aos grupos mais tradicionalistas”, afirmou. Segundo o frei, o papa Leão XIV deve manter o caminho iniciado por Francisco, mas com um estilo mais discreto.
“Ele vai seguir a linha do papa Francisco, mas sem a exuberância e a simpatia de um Francisco porque isso é do carisma pessoal. Ele vai ser mais contido. Com isso, acho que vai separar menos aqueles que na igreja são tradicionalistas. Acho que vai ser um caminho de buscar a unidade dentro da igreja”, acrescentou.
Durante a coletiva de imprensa após a eleição, o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, destacou que Prevost aceitou rapidamente o convite para pregar na assembleia dos bispos no Brasil e reforçou o vínculo do novo papa com o país: “É preciso destacar que o então cardeal Prevost já estava com as passagens compradas, porque estaria aqui na semana passada, durante nossa assembleia geral, para pregar no retiro a todos os bispos do Brasil. Quando nós o convidamos, ele imediatamente aceitou”.
Em fevereiro deste ano, Prevost também recebeu a presidência da CNBB no Dicastério para os Bispos, em Roma, como parte da visita anual da entidade à Cúria.
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