Parque temático nos EUA é acusado de racismo após vídeo de meninas negras sendo rejeitadas por personagem viralizar na web; assista

O parque pediu desculpas após o vídeo viralizar na web, alegou um “mal-entendido” e prometeu treinamento de equidade

Fotojet (17)

Neste sábado (16), o parque de diversões licenciado da Vila Sésamo na Filadélfia recebeu acusações de racismo após um vídeo circular pela internet e mostrar duas meninas negras sendo rejeitadas por um dos personagens. As imagens, divulgadas por Jodi Brown, mãe de uma das meninas, mostram alguém vestido como Rosita acenando para uma multidão de fãs antes de fazer um sinal de “não” para as crianças, que estão de braços abertos esperando o cumprimento.

A gravação termina antes do mascote ir embora, mas a mãe que compartilhou o ocorrido escreveu que Rosita abraçou uma garota branca ao lado delas. Ela também afirma que perguntou a outro funcionário sobre quem vestia a fantasia e pediu para falar com um supervisor, tendo uma resposta negativa.

“Vou continuar postando isso, porque isso me deixou com raiva”, escreveu a mãe. “Estávamos saindo do Sesame Place e as crianças queriam parar para ver os personagens. Esta pessoa nojenta descaradamente disse NÃO às nossas filhas, então, começou a abraçar a garotinha branca ao nosso lado! Então, quando fui reclamar, eles me olharam como se eu fosse louca”, continuou. “Perguntei à senhora quem era o personagem e disse que queria ver um supervisor e ela me disse que NÃO SABIA! Eu nunca mais vou pisar no @sesameplace! E, por favor, sintam-se à vontade para repostar isso. Na verdade, devolvam meu dinheiro… Estou tão brava que parei o vídeo, mas fiquei tão irritada quando ela descaradamente disse que não”, finalizou.

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O vídeo circulou rapidamente e provocou uma grande reação. Kelly Rowland, ex-integrante do grupo Destiny’s Child, se manifestou: “Ah, que inferno, não! Isso me deixou louca. Se fosse eu, todo o desfile estaria em chamas”, disse a cantora. O ator Wendell Pierce também republicou a gravação, escrevendo: “TESTEMUNHE O FIM DA INOCÊNCIA. TESTEMUNHE O TRAUMA. Esse momento é violento, cicatrizante, de abuso psicológico. Assisti-lo me lembra o meu eu de 4 anos de idade no Dia do Mardi Gras sendo negado a alegria que vejo outras crianças tendo e a percepção da horrível realidade. A perda imediata. Dor”, disse ele.

Ben Crump, o advogado creditado por ganhar à família de George Floyd o acordo civil recorde de US$ 27 milhões, repostou as imagens e opinou: “Isso é absolutamente de partir o coração! Essas duas jovens rainhas NÃO mereciam ser descaradamente apontadas e ignoradas por esse personagem de #SesameStreet!”. E acrescentou: “@SesamePlace DEVE abordar o comportamento repugnante de sua equipe!“.

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Enquanto isso, outros vídeos surgiram mostrando o que aparentam ser mais exemplos de mascotes no parque ignorando crianças negras enquanto davam atenção às crianças brancas.

Parque se manifesta

Na segunda-feira (18), o Sesame Place emitiu um comunicado pedindo desculpas pelo incidente, que caracterizou como um mal-entendido. “As fantasias que nossos artistas usam às vezes dificultam a visão em níveis mais baixos e às vezes nossos artistas perdem os pedidos de abraço dos convidados”, alegou a nota. Também afirmou que a pessoa dentro da fantasia “confirmou que o gesto de ‘não’ visto várias vezes no vídeo não foi direcionado a nenhuma pessoa específica”, e que a atitude era “uma resposta a vários pedidos de alguém na multidão que pediu a Rosita para segurar seu filho para uma foto que não é permitida”. A declaração continuou: “A artista de Rosita não ignorou intencionalmente as meninas e está devastada com o mal-entendido”.

O comunicado ainda afirmou que os representantes do parque falaram com a família para se desculpar pelo que aconteceu e os convidaram para uma “oportunidade especial de conhecer e cumprimentar”. Mais tarde, a empresa publicou um segundo pedido de desculpas, dizendo: “Sabemos que não está tudo bem. Estamos tomando medidas para melhorar. Estamos comprometidos em corrigir isso”. O parque afirmou que realizará treinamento para os funcionários a fim de oferecer uma experiência “inclusiva, equitativa e divertida” para os frequentadores.

O TMZ informou que a família das meninas vistas no vídeo contratou o advogado B’Ivory LaMarr. Eles pedem uma investigação e avaliam a possibilidade de um processo contra o parque temático. “Embora odiemos apressar o julgamento para considerar a ‘raça’ como o fator motivador para explicar as ações do artista, tais ações antes e depois do pedido da jovem levam apenas a uma conclusão”, disse LaMarr ao TMZ. O advogado e a mãe estão planejando uma entrevista coletiva na quarta-feira com mais detalhes.