Um funcionário de alto escalão da polícia espanhola foi preso por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, segundo o The Guardian nesta terça-feira (12). A investigação descobriu que Óscar Sánchez Gil escondia a impressionante quantia de 20 milhões de euros (o equivalente a 122 milhões de reais) nas paredes e no teto de casa. A operação é parte de uma investigação sobre a maior apreensão de cocaína de todos os tempos no país.
Sánchez Gil era, até recentemente, o chefe da divisão de fraude e combate à lavagem de dinheiro da polícia nacional da Espanha, em Madri. O valor em dinheiro foi encontrado em sua residência, em Alcalá de Henares, cidade a 30 quilômetros da capital, que tem cerca de 195 mil habitantes. Notas de 50 e 500, totalizando um milhão de euros, também estavam escondidas em dois armários no escritório do policial.
Ele foi preso com “outras quinze pessoas“, incluindo sua esposa e outro agente. A mídia local revelou que as prisões estão ligadas à apreensão de 13 toneladas de cocaína no porto de Algeciras, no sul do país, vindas de Guayaquil, no Equador, no mês passado. As drogas estavam escondidas entre caixas de bananas.
O contêiner iria para um importador espanhol em Alicante, “que vinha recebendo grandes quantidades de frutas importadas do Equador há anos”, segundo as autoridades. A apreensão de drogas, revelada na semana passada, é o maior carregamento de cocaína já feito na Espanha e “uma das maiores apreensões do mundo”.
Sánchez Gil é suspeito de ter trabalhado para os traficantes por “pelo menos cinco anos”, disse uma fonte ao jornal El Mundo. Parte do dinheiro que ele acumulou foi lavado por meio da compra de criptomoedas e de uma grande frota de veículos de aluguel, registrada em nome de um familiar, de acordo com a publicação. Apesar de não ostentar, as autoridades compararam a casa do policial “à de Pablo Escobar”, o famoso traficante colombiano, morto em 1993.
Sánchez Gil e a esposa são acusados de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e participação em organização criminosa. Um tribunal de Madri os manteve sob custódia, como apontou uma fonte judicial.
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