A família de Juliana Marins, que caiu durante uma trilha pelo vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, informou que as buscas foram novamente interrompidas. O acidente aconteceu no início da noite de sexta-feira (20), pelo horário de Brasília, e ainda não há informações sobre o estado de saúde da brasileira.
Em publicação nas redes sociais, os familiares afirmaram que o resgate foi suspenso devido às condições climáticas. “Às 16h do horário local (5h em Brasília), o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite“, declararam.
Conforme a família, Juliana parecia estar a 600 metros desfiladeiro abaixo. “Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo, faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência!“, pediu.
Os familiares também criticaram a postura do parque que abriga a trilha, bem como as autoridades da Indonésia. “O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!“, escreveram.

Eles também citaram as mudanças climáticas ao longo do dia, o que dificulta o resgate. Contudo, informaram que há equipes nas proximidades do local do acidente. “Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!“, desabafaram.
“Mesmo as buscas sendo pausadas por condições climáticas, há uma equipe de suporte indo ao encontro da equipe que já estava no local“, detalharam. “O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones. Estamos em contato direto com o time de resgate. […] Pedimos que enviem pensamentos positivos, orações e força. Estamos todos esperando e acreditando no melhor desfecho“, completaram.

Condições climáticas
O resgate já havia sido suspenso neste domingo (22), também por causa das condições climáticas adversas. Em entrevista ao “Fantástico”, outros turistas que faziam a trilha com a brasileira falaram sobre o caso. “Eu conheci a Juliana no dia anterior ao passeio, porque estávamos viajando sozinhas. Começamos a trilha no dia seguinte, fizemos todo o caminho até o topo. Foi muito difícil. Subimos 1.500 metros, mas chegamos ao acampamento. Ficamos felizes por termos chegado, mas não ficamos felizes com a vista“, detalhou Federica Matricardi.
Em vídeo, as duas aparecem juntas falando sobre a frustração com a neblina. Segundo a italiana, no retorno do grupo à trilha, Juliana ficou atrás com o guia. O francês Antoine Le Gac igualmente confirmou a informação. “Durante a trilha, tínhamos diferença de nível. No momento do acidente, eu estava bem à frente. Ela estava sozinha atrás com o guia. Era muito cedo, antes do sol nascer, em condições de visão ruins, com uma simples lanterna pra iluminar terrenos difíceis e escorregadios“, disse.
Três horas depois, outro grupo alcançou o ponto onde a jovem caiu e conseguiu fazer imagens dela através de um drone. Nas gravações, Juliana aparece apenas de calça jeans, camiseta, tênis e luvas, sem agasalho e os óculos, de 5 graus de miopia.
Assista:
Turistas afirmam que Juliana Marins ficou para trás com o guia, antes de cair em trilha pelo vulcão na Indonésia pic.twitter.com/GHUfm6BPgS
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) June 23, 2025
Informações desencontradas
Mariana Marins, irmã de Juliana, também desmentiu as informações divulgadas pelas autoridades indonésias e pela Embaixada do Brasil em Jacarta, de que a jovem teria recebido comida, água e agasalho após escorregar pela montanha. “Recebemos com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é de que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade“, afirmou.
Ela também denunciou que vídeos divulgados como sendo do salvamento foram forjados. Juliana Marins, de 26 anos, foi vista pela última vez por volta das 17h30, pelo horário local, deste sábado (21), em imagens feitas por turistas com o auxílio de um drone. De acordo com a família, essas imagens dela caída na trilha são reais. Ela fazia uma trilha com o apoio de uma empresa de turismo quando sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros.
Em outra postagem, Mariana detalhou a queda da irmã na trilha. Segundo ela, Juliana saiu com um grupo de 5 pessoas e um guia local. O grupo já estava em seu 2º dia de trilha, quando a brasileira disse que estava cansada para continuar. “O guia falou: ‘então descansa’ e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu. O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. A gente só tem essas informações de mídia local. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana“, lamentou.
Veja:
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaquesIrmã de Juliana Marins, que caiu em trilha de vulcão na Indonésia, desmente autoridades e resgate pic.twitter.com/ZjWsL3lQjh
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