Restos mortais de brasileira de 80 anos são encontrados em três malas nos EUA

Caso aconteceu no final de julho, em Delray Beach, na Flórida

Nesta quarta-feira (2), foi confirmado pelo Departamento de Polícia de Delray Beach, na Flórida, que os restos mortais encontrados em três malas são de uma brasileira. Partes do corpo da vítima, identificada como Aydil Barbosa Fontes, de 80 anos, foram desmembrados e escondidos em bagagens espalhadas pela praia no último dia 21 de julho.

Segundo as autoridades locais, uma denúncia de um trabalhador da construção civil os levou até Delray Beach, onde policiais encontraram uma mala cheia de pedras e, também, um par de pernas humanas. Na sequência, os agentes identificaram outra bagagem, esta contendo o torso da vítima, sem as mãos ou a cabeça, também rodeado por rochas. Já o terceiro bagageiro continha a pélvis da mulher.

A cabeça da vítima só foi encontrada no dia seguinte, em 22 de julho, em uma sacola amarrada por um cinto masculino. A cabeça apresentava um ferimento à bala. Além dos restos, que já estavam em decomposição, as malas continham também duas peças de roupa. “A marca do top floral que ela usava é da ‘Betzabe’, que pelo que sabemos é uma empresa brasileira”, informou o Departamento de Polícia de Delray Beach.

Malas continham partes do corpo da brasileira. (Foto: Departamento de Polícia de Delray Beach)

Marido é o principal suspeito

A investigação identificou como principal suspeito do assassinato o marido de Aydil, o americano William Lowe, de 78 anos. Testemunhas reconheceram o idoso e, em depoimento à polícia, revelaram que ele visitou a praia vários dias seguidos.

Relatos apontaram que ele ficava parado na beira da água, enquanto observava uma das malas encontradas pelos agentes. Questionado por pessoas que passavam no local, William se mostrava nervoso e, na sequência, deixava o local em seu veículo. Os vizinhos questionados afirmaram que não viram Aydil nos dias que sucederam a descoberta das malas.

Dias depois, após encontrarem imagens de uma câmera de segurança que mostravam o idoso em um doca, segurando uma das malas, a polícia apontou Lowe como o assassino de Aydil. No registro, o homem aparece com o objeto, antes de desaparecer por alguns minutos e voltar, desta vez de mãos vazias.

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Devido às suspeitas, a Justiça norte-americana determinou a coleta de material genético do idoso. Quando ele foi interrogado pela primeira vez, durante o cumprimento do mandado, Lowe afirmou que Aydil estava no Brasil há cerca de três semanas, mas reforçou que não tinha mais informações.

Os policiais acharam o depoimento incriminatório e fizeram uma busca pelo imóvel, onde acabaram encontraram respingos de sangue na sala de estar, na sala de jantar, na entrada, em dois banheiros, no ralo do chuveiro e no quarto principal. Agentes também apreenderam uma arma de fogo calibre 9mm.

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Identificação

Após apreensão da arma, bem como a coleta do material genético de Lowe, a polícia trabalhou para identificar a vítima. Por meio da arcada dentária, os restos mortais foram conectados à brasileira, em processo concluído nesta segunda-feira (31). Os investigadores afirmam que ela foi assassinada entre 17 e 20 de julho.

Na terça (1º), outro mandado judicial foi cumprido em uma propriedade de Lowe. No imóvel, agentes apreenderam uma motosserra com restos de osso, carne, cabelo humano e sangue na lâmina. Lowe foi preso no dia seguinte (2), e foi formalmente acusado de assassinato em primeiro grau e abuso de cadáver.

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Retrato falado

Em uma tentativa de identificar a vítima, a polícia norte-americana reconstruiu o rosto da mulher com a ajuda de um artista da unidade de imagens forenses do Gabinete do Xerife do Condado de Palm Beach.

As ilustrações utilizaram os traços da mulher e foram divulgadas na imprensa e na cidade. “Estas são imagens reconstruídas de como a vítima não identificada pode parecer. Acredita-se que ela seja branca ou hispânica, entre 35 e 55 anos, 1,70 m de altura, possivelmente cabelos castanhos e sobrancelhas tatuadas”, disse o comunicado à imprensa.

“É importante que o público saiba que essas imagens reconstruídas não são uma semelhança exata da vítima ou de suas roupas e são simplesmente a interpretação do artista”, acrescentou a nota. Confira:

Retrato falado da vítima. (Foto: Departamento de Polícia de Delray Beach)
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