A morte de seis turistas estrangeiros na cidade de Vang Vieng, um popular destino para mochileiros no Laos, Sudeste Asiático, está chamando atenção. De acordo com o g1, a tragédia teria ocorrido por uma intoxicação causada por drinques contaminados com metanol.
A suposta intoxicação aconteceu durante uma festa, em 12 de novembro. Cerca de 12 turistas adoeceram após consumir bebidas alcoólicas e precisaram ser hospitalizados na Tailândia, país vizinho, onde começaram a apresentar os sintomas. Entre os 12 afetados, 6 faleceram: 2 australianas, 2 dinamarqueses, 1 britânico e 1 estadunidense, conforme reportado pela imprensa britânica e australiana.
Falta de informações oficiais
Apesar da gravidade do caso, dados sobre o uso de metanol em bebidas no Laos são escassos. O governo do país, um regime comunista de partido único, mantém sigilo rigoroso sobre informações, e a polícia evita divulgar detalhes das investigações.
O que se sabe até o momento, é que as autoridades locais não confirmaram oficialmente o envenenamento por metanol como a causa das mortes. Os resultados de exames toxicológicos das bebidas consumidas pelas vítimas ainda não foram divulgados.
No entanto, parentes relataram à imprensa que os turistas haviam consumido drinques em um albergue em Vang Vieng. Este depoimento fortalece a suspeita de intoxicação por metanol.
Um oficial da Polícia de Turismo de Vang Vieng, que se recusou a se identificar, também se manifestou. Em conversa com a Associated Press, na sexta-feira (15), ele revelou que “várias pessoas” foram detidas no caso, mas que nenhuma acusação foi apresentada ainda. Funcionários do Nana Backpacker Hostel, que ainda funcionava, mas não aceitava novos hóspedes, confirmaram que o gerente e o proprietário estavam entre os detidos para interrogatório.
Mídia australiana confirma morte
Segundo a mídia australiana, duas das vítimas, Bianca Jones e Holly Bowles, melhores amigas de Melbourne, consumiram bebidas no bar do Nana Backpackers Hostel, onde estavam hospedadas, antes de sair para outra festa. Bianca foi a primeira a falecer, enquanto Holly, de 19 anos, foi a sexta vítima da suposta intoxicação. Ela estava em estado crítico, sobrevivendo por aparelhos há mais de uma semana.
Sua morte foi confirmada pelos familiares, que divulgaram uma nota à imprensa da Austrália: “Estamos muito tristes em dizer que nossa linda menina Holly está agora em paz. Encontramos conforto e consolo em saber que Holly trouxe tanta alegria e felicidade para tantas pessoas”.
O problema veio à tona em meio ao aumento do turismo na cidade de Vang Vieng, que se tornou favorita entre os mochileiros de todo o mundo, pois surge como uma alternativa de destino de ecoturismo. Em meio a tudo isso, a falsificação de bebidas destiladas se tornou recorrente no Laos – o que reforça a hipítese sobre a intoxicação. Para baratear os custos e aumentar a potência das bebidas, algumas marcas falsificadas de bebidas conhecidas têm usado o metanol – um álcool tóxico empregado industrialmente como solvente, pesticida e combustível.
Diante dos riscos, governos de países como Austrália e Grã-Bretanha emitiram alertas aos seus cidadãos, recomendando cautela no consumo de bebidas no Laos. A Embaixada dos Estados Unidos também orientou turistas americanos a adquirirem bebidas apenas de fornecedores licenciados e a verificarem sinais de adulteração.
Nesta sexta-feira (22), a agência de notícias estatal do Laos, KPL, informou que as autoridades continuam coletando evidências e depoimentos de testemunhas. Um comunicado oficial com as conclusões da investigação deve ser divulgado “em breve”.