Nesta sexta-feira (21), o serial killer conhecido como “Golden State Killer” – o “Assassino do Estado Dourado” – soube que passará o resto da vida atrás das grades. Décadas após ter assassinado 13 pessoas e ter cometido 50 estupros, numa série de crimes brutais na Califórnia, Joseph James DeAngelo Jr. foi sentenciado à prisão perpétua.
De acordo com a BBC News, após mais de 40 anos de investigações criminais, o juiz Michael Bowman condenou o assassino a 11 penas consecutivas de prisão perpétua, sem a possibilidade de liberdade condicional; mais 15 sentenças de prisão perpétua simultâneas, além de outras acusações envolvendo a questão do uso de armas. Em suma, o idoso, que tem 74 anos, ficará detido até sua morte.
DeAngelo já havia sido preso em 2018, depois que seu DNA foi localizado em um site de genealogia – combinando com os da cena dos crimes, que ocorreram entre os anos 1970 e 1980. Diante da Corte, a promotora de justiça de Sacramento, Anne Marie Schubert, avaliou que o criminoso é um “sociopata em ação”, segundo o TMZ.
Durante o julgamento, DeAngelo levantou-se de sua cadeira de rodas, tirou sua máscara e também se manifestou diretamente às vítimas e testemunhas, antes de ouvir sua sentença. “Eu ouvi a todos os seus depoimentos. Cada um deles. E eu sinto muito, de verdade, por todos que eu já machuquei”, disse o réu. Em junho, o “Assassino do Estado Dourado” declarou-se culpado em 13 acusações de homicídio doloso, 13 acusações de sequestros – que contavam com a intenção de roubo –, mais algumas acusações de estupro.
Violência brutal, estupros e homicídios
A trajetória criminosa de Joseph DeAngelo começou em 1975, época em que ele ainda trabalhava como um policial, na cidade de Exeter, na Califórnia. Inicialmente, seus delitos se resumiam a emboscadas, perseguições e roubos. Entretanto, os crimes rapidamente se tornaram ainda mais graves, quando ele passou a praticar violência brutal, estupros e homicídios, por um período de cerca de 12 anos. Seu último crime conhecido foi o estupro e assassinato de uma garota de 18 anos, em 1986.
De acordo com a BBC News, promotores definiram essa escala de violência como “simplesmente inacreditável”. Eles apontam que 87 pessoas teriam sido vítimas de DeAngelo. Prova disso é que, nesta sexta-feira, foi necessário um salão de baile de uma universidade para que todas as vítimas sobreviventes e suas famílias se acomodassem.
Para a promotora Anne Marie Schubert, o “Assassino do Estado Dourado” é “uma pessoa que não tem respeito pelos direitos dos seres humanos, nenhum respeito pela lei, nenhuma compaixão, empatia ou remorso”. Ela ainda foi além: “Ele é uma pessoa que não tem uma consciência ou uma alma”.
A promotora ainda atacou a aparência de DeAngelo no julgamento – bastante debilitada, com o homem numa cadeira de rodas. Posteriormente, ela exibiu vídeos do réu se exercitando em sua cela na prisão, e se erguendo até a parte de cima de sua beliche nos últimos dois meses, para provar seu bom estado físico. “[Os vídeos] demonstram sua acuidade mental, sua destreza, sua habilidade – ou tentativa – de iludir o mundo todo a acreditar que ele é um homem velho e debilitado”, argumentou ela.
Os casos do “Assassino do Estado Dourado” – que também era conhecido como “East Area Rapist” (estuprador da área leste) e “Original Nightstalker” (perseguidor noturno original) – inspiraram o livro “I’ll Be Gone in the Dark”. A publicação, por sua vez, foi base para a nova série documental da HBO, de mesmo nome, que estreou em 2020. Assista ao trailer abaixo: