Jennifer Anne Hall, uma terapeuta respiratória, foi presa nos Estados Unidos acusada de homicídio doloso após a morte de uma senhora de 75 anos. O caso aconteceu em 2002. No entanto, ela tornou-se suspeita por uma série de outros óbitos que ocorreu no hospital em que trabalhava, o Hedrick Medical Center.
De acordo com o USA Today, nos cinco meses em que Jennifer trabalhou no local naquele ano, o hospital do Missouri registrou 18 incidentes de “código azul”. Segundo a polícia, esse era um aumento preocupante no número de paradas cardíacas súbitas, especialmente pelo fato de que o hospital historicamente tinha a média de um episódio assim por ano. Desses 18 pacientes, que tinham desde 37 a 88 anos, nove morreram e nove conseguiram se recuperar.
Adam Warren, advogado de acusação que deu início à investigação, contou que a vítima Fern Franco morreu em decorrência de doses letais do relaxante muscular esquelético suxametona – que pode paralisar os músculos respiratórios – e também de morfina. “A vítima de Hall era uma mulher doente, indefesa e idosa que estava dependendo de Hall para cuidar de uma doença física dentro de uma instalação médica”, escreveu Brian Schmidt, oficial da cidade de Chillicothe. Segundo ele, a medicação causou uma “morte medonha por sufocamento” enquanto a idosa estava consciente.
Hospital já havia sido alertado
Diante do “crescimento alarmante” dos casos de código azul, os oficiais do hospital teriam sido alertados quanto às preocupações sobre Jennifer. No entanto, o médico legista Scott Lindley afirmou que na instituição médica “fizeram de tudo no mundo para encobrir isso” e evitar publicidade negativa. Nenhum inquérito foi aberto na época.
O que aconteceu foi que, três dias após a morte de Fern, a terapeuta foi transferida para um setor administrativo do hospital. Depois disso, os incidentes de código azul “retornaram para a frequência histórica”. Hall foi demitida alguns meses depois; entretanto, seu desligamento não teve a ver com a morte de pacientes.
De acordo com Matt O’Connor, o advogado da suspeita, a demissão se deu depois que o hospital descobriu que Jennifer havia sido condenada por um incêndio criminoso em outro hospital em que havia trabalhado. Quando aceitou o emprego em Chillicothe, a terapeuta estava em liberdade sob recurso. Passado algum tempo, ela ficou um ano atrás das grades antes de ser absolvida em um novo julgamento.
Defesa alega inocência
O advogado de Jennifer afirmou que ela é inocente e que, como terapeuta respiratória, não teria acesso a suxametona, morfina, nem outras drogas. Para ele, sua cliente virou um bode expiatório para as mortes por conta da condenação anterior envolvendo o incêndio.
Ele também criticou e considerou incompreensível o fato de Hall ser apontada por um crime que supostamente não teria cometido. “Passar por isso uma vez é terrível. Passar por isso duas vezes é um pesadelo recorrente”, afirmou. O’Connor ainda opinou que não devem achar inesperada a proximidade da terapeuta com os paciente, pelo fato de ser um hospital pequeno com uma pequena equipe.
Nesta quinta-feira (19), Hall declarou ser inocente à Justiça. Ela está presa sem direito à fiança. Sua defesa afirmou que deve pleitear o direito à fiança para que ela consiga receber um tratamento para leucemia. Ainda não se sabe se a terapeuta receberá mais acusações de assassinato quanto às outras mortes em 2002. Uma nova audiência já está marcada para o dia 27 de maio.