Depois de mais de 50 anos, uma família no Texas foi finalmente reunida. Melissa Highsmith havia sido sequestrada pela babá em 1971 e, desde então, vivia sem saber sobre sua verdadeira identidade. Apesar de procurarem pela filha desde o desaparecimento, os Highsmith contaram que descobriram o paradeiro da mulher por um teste de DNA publicado na internet.
Melissa – que, pela maior parte da vida, atendeu pelo nome de Melanie Walden – tem 53 anos. Ela foi levada da casa dos pais em Fort Worth, Texas, quando tinha apenas um ano e nove meses. No início de novembro, parentes entraram em contato pelo Facebook, depois de dados de DNA cruzados pelo site 23AndMe darem uma pista sobre o que aconteceu com ela.
A história surpreendente da norte-americana se iniciou depois que sua mãe, Alta Apatenco, fez um anúncio em um jornal local procurando alguém para cuidar da filha, anos atrás. Até semana passada, a vítima foi procurada incansavelmente pela família.
Apesar de algumas informações anônimas darem conta de que Meslissa estava na Carolina do Norte, ela acabou sendo encontrada na mesma cidade em que foi sequestrada. “Minha família acreditava que ela ainda estava viva, e eu queria acreditar, mas fiquei desapontada tantas vezes que apenas disse a eles: ‘Deixem-me fora disso’. Eu disse: ‘Vão em frente e tentem encontrar Melissa, mas, por favor, me deixem fora disso porque não quero me envolver.’ Eu queria deixá-la descansar, mas eles não quiseram“, recordou Alta para a revista People.
Pelas redes sociais, a família deu mais detalhes sobre como o caso se desenrolou. “A nossa descoberta da Melissa foi puramente por causa do DNA, não por causa de qualquer envolvimento da polícia ou FBI, de podcasts, ou até mesmo das investigações privadas ou especulações da nossa família“, escreveu Sharon Rose Highsmith, irmã de Highsmith.
Na postagem, ela explicou que eles conheceram a mulher pela primeira vez há uma semana. “Meu pai e minha mãe conheceram a Mel pela primeira vez ontem após 51 anos e fizeram mais testes de DNA oficiais e legais“, detalhou. “Mas, no momento em que vimos as suas fotos, descobrimos sobre a sua marca de nascença, percebemos que o seu ‘aniversário’ era muito perto do da nossa Melissa, nós sabíamos sem qualquer dúvida que essa era a nossa menina. Estamos, claro, à espera da confirmação oficial para os negacionistas neste mundo“, continuou.
Depois, pontuou: “A alegria é palpável entre todos os membros da família, e nós te convidamos para celebrar e se alegrar conosco, e também permitir à nossa família alguns momentos de privacidade enquanto processamos estas notícias emocionantes!”. Confira:
“É muita coisa, mas, ao mesmo tempo, é o melhor sentimento em todo o mundo“, revelou Melissa em entrevista para a KTVT. Ela ainda comentou como a sua sequestradora, que não teve a identidade revelada, reagiu quando foi descoberta. “Eu perguntei à pessoa que me criou: ‘Há alguma coisa que você precisa me dizer?’. Então, se confirmou que ela sabia que eu era a bebê Melissa, e fez tudo isso ser real“, desabafou.
Para a People, ela revelou que nunca foi próxima da mulher que a criou, e que teve uma infância difícil. “Eu não tinha permissão para sair e brincar, e ela sempre me prendia. E ela disse que me fazia isso porque nasci em casa e tive danos cerebrais. Eu sempre pensava: ‘Por que ela me teve se ela não me queria?“, lembrou. Ela revelou que não tem mais contato com a criminosa.
Para a KTVT, seus pais também comentaram a descoberta e o momento do reencontro. “Eles me disseram: ‘ela está viva!’. Eu comecei a chorar. Depois de 51 anos, é muito emocionante“, pontuou Jeffrey, o pai. Já a mãe disse, aos prantos: “Eu não pude acreditar, achei que nunca a veria de novo“. Veja:
Depois do desenrolar da história, o Departamento de Polícia de Fort Worth compartilhou um comunicado com a imprensa. Os agentes afirmam ter ficado “muito feliz” com o fato da 23andMe ter levado a família até a vítima, acrescentando que realizaria testes oficiais de DNA para confirmar a identidade de Melissa.
O crime prescreveu 20 anos após o aniversário de 18 anos de Melissa, mas a organização garantiu que continuará a investigação para “descobrir todas as informações disponíveis sobre o sequestro de Melissa, que ocorreu 51 anos atrás”.