Fatima Cheaitou relatou o seu desespero nas redes sociais, nesta segunda-feira (23), após o bairro de sua casa, no Líbano, ser alvo de um ataque aéreo de Israel. Nos stories do Instagram, a brasileira disse que acordou com o barulho das bombas e precisou fugir do local, na região de Tiro, de carro.
A jovem reúne 68 mil seguidores na rede social e compartilha informações sobre “ser muçulmana, sem estereótipos”. Cheaitou mostrou o bairro logo após o atentado e afirmou não ter recebido ajuda do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty.
Ela explicou a situação enquanto dirigia. “Hoje acordamos com muitas, muitas bombas. A gente está fugindo, bombardearam perto da minha casa, perto da casa dos meus avós, na minha cidade. Então, quem puder marcar e fazer pressão no Instagram do governo, para eles fazerem alguma coisa… Por favor“, pediu. Veja:
Brasileira no Líbano tenta fugir de área atacada por Israel
— whatwouldlbdo.bsky.social (@whatwouldlbdo.bsky.social) September 23, 2024 at 1:31 PM
Cheaitou também compartilhou a resposta dada pelo Itamaraty. “O governo diz que não é responsabilidade deles, por terem avisado para não ficar em ‘lugares de risco’, mas nossas casas ficavam [em áreas] relativamente seguras até Israel decidir bombardear“, acrescentou.
Horas depois, Fatima retornou para a rede social e falou que estava segura. “Estamos bem até agora, presos no trânsito, a autoestrada está fechada dos dois lados, de tanto carro. Faz quase duas horas que estamos no mesmo lugar. Sempre que eu puder, vou atualizando vocês“, garantiu.
Ainda, a jovem contou que estavam “cortando o sinal” dos celulares e pediu “orações” aos seguidores. “Orem pela gente, marquem as páginas e compartilhem. Tem muitos brasileiro aqui no Líbano“, completou.
De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, 274 pessoas morreram e mais de 1.024 ficaram feridas nesta segunda-feira (23), após Israel provocar o atacar aéreo. As Forças de Defesa de Israel haviam alertado a população para que se afastasse “imediatamente” de supostas posições e depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.
O Exército israelense informou que os ataques “continuarão no futuro próximo” e que serão “maiores e mais precisos”. Entre os mortos estão 21 crianças e 31 mulheres, segundo as autoridades. O governo libanês também relatou que há profissionais de saúde entre as vítimas. De acordo com Israel, esses ataques são uma resposta à posição declarada do Hezbollah, que anunciou que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza.
Embaixada do Brasil
Em nota ao UOL, a Embaixada do Brasil no Líbano informou que os brasileiros devem buscar “meios próprios” para sair do país, indicando que não há um plano de repatriação no momento. Segundo o colunista Jamil Chade, o governo federal ainda estuda a possibilidade de uma operação de resgate na área.
Segundo informações obtidas pelo UOL junto a fontes do governo federal, a estimativa do governo é de que 20 mil brasileiros vivam atualmente no Líbano. A orientação ainda é de que os brasileiros no país e que buscam informações de segurança procurem o Itamaraty, pelos seguintes números: sala de operações do Sul do Líbano: 07753684; sala de operações de Baalbeck Hermel: 08371479; sala de operações de Nabatiyyeh: 07769002; sala de operações do Bekaa: 08803905.