Deadmau5: Saiba quem está por trás da máscara do DJ que se apresenta no Rock In Rio

O artista fecha os shows do primeiro dia de festival

A primeira atração eletrônica do Rock in Rio 2024 é ninguém menos do que Deadmau5. O DJ é conhecido por se apresentar com um enorme capacete de rato que faz referência ao próprio nome (“dead mouse”, que na tradução para o português significa “rato morto” ). Mas quem será que está por trás desta máscara misteriosa?

O produtor canadense Joel Thomas Zimmerman é o DJ que passou a ser conhecido como Deadmau5. Apesar de ter lançado o primeiro álbum, “Get Scraped”, em 2005, o artista só começou a se apresentar com o capacete três anos depois. Mesmo com a identidade revelada, o fascínio dos fãs pelo artista não diminuiu.

Essa, inclusive, é uma tendência do mundo da música eletrônica. Nomes como o DJ Marshmello e Daft Punk também optaram por esconder o rosto com máscaras durante as apresentações ao vivo. Em entrevista à revista “Rolling Stone”, em 2013, o duo francês justificou a escolha: “Estamos interessados ​​na linha entre ficção e realidade, criando essas personas fictícias que existem na vida real”. 

Em entrevista ao g1, o professor e pesquisador de música e cultura pop da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Soares, disse ser impossível definir um elemento único que explique o motivo por trás deste comportamento dos artistas. “No caso do Kiss, por exemplo, a maquiagem forte esconde até a idade deles. Eles envelhecem, mas não sofrem a repercussão disso. A máscara também redime um pouco esse lugar”, avaliou ele.

O produtor canadense Joel Thomas Zimmerman é quem está por trás do icônico capacete. (Foto: Getty)

“Sobre a Sia, acredito que haja de fato uma estratégia poética. Também há uma crítica ao formato da música pop, ao artista como uma figura emblemática e central. Todo artista constrói uma trajetória na mídia. A máscara é um componente lúdico nessa narrativa, é uma convocação para desvendar”, continuou.

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Mas Soares justifica o uso das máscaras pelos DJs. “Uma interpretação pode ser a crítica à supervalorização dos DJs, a essa coisa do DJ popstar”, falou o pesquisador. “No caso do Marshmello, por exemplo, me parece que ele também usa uma estética ligada à cultura digital, do emoji. A lógica do mascarado, do anônimo, também está muito presente na internet, com elementos como a máscara de ‘V de vingança’, o fake, o post anônimo”, completou.

Mesmo assim, ele reforça que isso é algo antigo no universo pop. “Não é uma coisa contemporânea. Faz parte da tradição do entretenimento a dimensão circense, cênica, que flerta com o teatro (…) Os atores usavam as máscaras para encenar emoções. Essa ideia de esconder o rosto surgiu a partir do crescimento da visibilidade”, explicou.

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