Três anos e meio após publicar o vídeo de seu primeiro cover no YouTube, Luísa Sonza dá um importante passo na carreira e lança seu primeiro álbum de estúdio, “Pandora”. O disco vem depois de já termos um gostinho do som autoral da cantora com singles como “Devagarinho” e “Boa Menina”, que fizeram interessante sucesso no último ano.
Em “Pandora”, a diva promete se abrir sobre assuntos completamente pessoais, como a relação com a família e os diferentes momentos pelos quais atravessou na vida, de dúvidas ao amor e à felicidade. É por isso mesmo que ela co-escreveu sete das oito músicas do projeto.
Em entrevista ao hugogloss.com, Luísa ressaltou a profundidade de algumas das canções. “De certa maneira, eu tinha um pouco de insegurança de me abrir tanto e tão profundamente sobre vários sentimentos que talvez nem estejam tão explícitos. Mas só de eu conseguir colocar pra fora em forma de música, pra mim, ao mesmo tempo, foi um desafio e um alívio”, contou.
Dentre as oito faixas, estão três parcerias: “Fazendo Assim”, dueto com Gaab, filho do cantor de pagode Rodriguinho; “Bomba Relógio”, em que divide os vocais com Vitão, paulistano de 19 anos que lançou recentemente seu primeiro EP, e “Garupa”, com a deusa Pabllo Vittar, que até já ganhou um clipe todo poderoso nesta sexta (14). Assista:
Que produção, hein?! Senta na garupa-pa-pa! kkkkk De acordo com Luísa, o clima do vídeo representa bem o que ela e Pabllo viviam no exato momento. “A gente ficou das 3 da manhã até meia-noite e nem sentiu o dia passar. Tanto é que ela falou em entrevistas que foi o melhor clipe da vida dela, e da minha também, óbvio, com certeza absoluta. Por nós, a gente ficava mais tempo fazendo o clipe de tão legal”, declarou.
Na tracklist do disco, ainda temos “Eliane”, música que Sonza escreveu para a mãe dela; “Apenas Eu”, em que fala sobre os rótulos que lhe são colocados, e a já conhecida “Pior que Possa Imaginar.” “Eu não tenho como dizer [minha favorita] porque elas são muito diferentes umas das outras e é muito difícil comparar. Todas têm seu momento de brilhar”, explicou.
Confira a nossa entrevista completa com a diva:
HG – O hugogloss.com divulgou essa semana, a capa e o nome do seu primeiro álbum! Você disse que o título simboliza a abertura da caixa de Pandora, que nesse caso, liberaria todo o caos e as cores da sua mente. Foi você quem pensou nesse nome? Como surgiu?
Luísa – Na verdade eu nem tinha esse nome em mente no começo. Foi uma coisa que foi surgindo aos poucos e foi a última coisa a ser decidida depois que a gente já tinha tudo. Se não me engano, acho que foi o Rodrigo [Pitta, diretor artístico] que deu a primeira ideia de ser ‘Pandora’, porque ele escutou o que eu falava e me disse: ‘Luísa, você tá libertando seus sentimentos, atirando toda a verdade, um pouco da sua história, e eu acho que Pandora seria um nome legal’. Aí, a partir disso, a gente foi criando, pensando, e acabou que virou mesmo Pandora. É um nome que eu amo e me orgulho muito e eu acho que vai ser algo que os fãs também vão gostar.
HG – Acho que eles gostaram e aprovaram também a inspiração do desenho na capa de “Dangerous” do Michael Jackson. Por que essa referência?
Luísa – O Michael é um dos maiores nomes do pop e a música que eu faço é pop, então eu senti que faria sentido criar algo referente a isso e sem falar que também é algo que tem a ver com o “perigo”, né? Tem a ver com essa mistura de coisas e eu escolhi com a minha equipe, conversando com um artista de Recife, que é maravilhoso, e criou essa capa que, nossa, eu amo demais. Tô muito feliz, óbvio. É minha única, mas é a minha preferida pra sempre.
HG – E você co-escreveu 7 das 8 músicas. Dá pra dizer que é um álbum bem pessoal então, certo?
Luísa – Muito! Muito pessoal. E até algo que, de certa maneira, eu tinha um pouco de insegurança. De me abrir tanto e tão profundamente sobre várias coisas, vários sentimentos, que talvez nem estejam tão explícitos, mas só de eu conseguir colocar pra fora em forma de música, pra mim, ao mesmo tempo, foi um desafio e um alívio. Eu me sinto muito feliz de ter conseguido colocar tudo isso em música e transformar para, de certa maneira, também poder ajudar outras pessoas com isso. É muito pessoal e é uma coisa que eu fiz pra mim, mas eu acho que as pessoas vão se identificar, sabe? É uma coisa sobre mim, mas que todo mundo vive.
HG – Como foi esse processo de gravação? Demorou muito?
Luísa – O processo durou um total de 7 meses, pra compor, gravar, tudo. Porque eu me meto em tudo. Eu ajudo na parte de produção, de criação de ritmo, de criação de letra, tudo. Então, pra conseguir passar tudo isso por mim, até eu aprovar – porque eu sou muito perfeccionista – tem que repetir umas cinco vezes até que eu ache que tá bom. Então foi tudo muito cuidadoso.
HG – Como se deu na prática essa sua exigência e como você administra o perfeccionismo?
Luísa – Várias músicas eu gravei mais de uma vez, porque eu não estava satisfeita com alguma coisa. Acho que por um lado é bom, mas por outro é ruim, porque eu me cobro demais e essa insatisfação talvez não seja tão boa. Mas acho que eu consegui chegar em um lugar, para o meu primeiro álbum, que é muito legal e diversificado. Eu entreguei o melhor de mim, acho que esse é o mais importante. Naquele momento, a melhor coisa que eu consegui fazer eu fiz, com todo amor do mundo. Então foi demoradinho mesmo. Teve algumas músicas que eu gravei… “Eliane” eu gravei três vezes, se não me engano. Todas eu gravei mais de uma vez até, não digo, à perfeição, porque eu acho que não chegou, mas até algo que me orgulha.
HG – E dá pra escolher uma favorita?
Luísa – Difícil, né? Eu não tenho como dizer porque elas são muito diferentes umas das outras. Então não tem muito como comparar, porque é uma diferença gritante de cada uma. Cada uma tem sua originalidade. Mas eu amo muito “Garupa”. Gosto muito de “Apenas Eu”… ah, eu vou falar todas, quer ver? Todas eu gosto muito, todas têm seu momento de brilhar.
HG – Por falar em Garupa, como rolou a ideia de convidar a Pabllo [Vittar]?
Luísa – Ah, um belo dia eu acordei e falei: ‘Quero muito gravar um feat com a Pabllo’. Aí eu chamei ela no WhatsApp, mas pensei que ela não ia aceitar porque ela tá planejando as coisas dela e tudo mais. E então ela falou: ‘Ai, vamos, mana’. Aí eu fiquei muito animada. Eu já tava no processo do álbum e já tava pensando em algum feat. Já tinha pensado numa música com a Pabllo pra ter no álbum, mas eu ainda não tinha tido coragem de pedir. Daí eu tomei coragem e ela aceitou na hora, ficou muito feliz, inclusive. Aí a gente fez e ficou muito legal. Nós somos amigas então foi diversão total.
HG – E como foi gravar o clipe com ela?
Luísa – O clipe, nem se fala. A gente ficou das 3 da manhã até meia-noite e nem sentiu o dia passar. Tanto é que ela falou em entrevistas que foi o melhor clipe da vida dela, e da minha também, óbvio, com certeza absoluta, porque a gente se divertiu muito, a gente brincou muito, e nem viu o tempo passar. Por nós, a gente ficava mais tempo fazendo o clipe de tão legal. A energia também foi muito boa, foi uma coisa muito natural e eu acho que o clipe também é natural. Não foi uma coisa precipitada, nem uma coisa demorada, foi no momento certo que tinha que acontecer. A gente já tinha se falado há um tempo e até tínhamos dito: ‘Não, vamos esperar, ainda não é o momento pra gente fazer, vamos encontrar uma música incrível, um momento incrível’. E aí surgiu o álbum e a gente viu que era o melhor momento para lançar algum trabalho juntas e saiu.
HG – Sua segunda música autoral, Olhos Castanhos, foi escrita para o Whindersson. Dessa vez não tem nenhuma pra ele, né?
Luísa – Não, pra ele em si não. Já acabou a cota dele (risos). É que é um álbum mais direcionado à minha família, por exemplo, eu tenho uma música que se chama “Eliane”, que é pra minha mãe. E é mais sobre a minha trajetória também. Tem uma música que se chama “Apenas Eu”, que é sobre minhas inseguranças e sobre os rótulos que colocavam e colocam muito em mim. Sobre as coisas que eu vivi antes e depois da fama. É bem sobre a Luísa interna. Um lado meu que até então eu não tinha transparecido.
HG – Uma questão, que você não deixa de transparecer, no entanto, é sua opinião. Diferentemente, de muitos artistas, tanto do Brasil, como lá de fora, você demonstra não ter medo de se posicionar, mesmo que isso possar gerar alguma controvérsia. É um comportamento consciente, de querer passar uma mensagem específica, ou é mais impulsivo?
Luísa – Acho que é uma coisa muito da minha personalidade. Eu sou uma pessoa que sempre vai ser verdadeira. Em todas as ocasiões. Se você me encontrar um dia na rua eu vou ser verdadeira. De todas as maneiras. Eu não tenho nem vontade de ser uma pessoa superficial ou falsa, vamos dizer assim. Não tem essa opção. Tudo comigo é muito natural. Eu sou do jeito que eu sou. E obviamente ser do jeito que você é não vai agradar todo mundo e acho que isso é normal, tá tudo bem. Acho que, acima de tudo, a gente tem que ser verdadeiro com a gente mesmo. E eu sempre sigo sendo verdadeira comigo mesma e é isso. Acho que eu nunca vou abrir mão da minha verdade pra agradar os outros ou pelo próprio medo de ser julgada.