Ao partir em abril do ano passado, o DJ e produtor Avicii, de 28 anos, deixou pra trás composições e anotações de um projeto que nunca poderia terminar. Seus pais, amigos e colaboradores de longa data, no entanto, decidiram se unir para dar vida ao disco, o terceiro de sua exitosa carreira. Uma análise cuidadosa de letras, melodias e pegadas musicais os levaram a “TIM”, álbum com o nome de batismo do sueco.
Nas composições encontradas pelo grupo, o DJ buscava por respostas e se abria sobre lutas internas. “Querida sociedade, você está se movendo rápido demais, rápido demais para mim, estou apenas tentando recuperar o fôlego“, observava ele em “Peace of Mind”, responsável por abrir a track-list. Em ‘Heaven’ – uma parceria com Chris Martin, do Coldplay, Avicii dizia achar ter morrido e ido parar no céu. Outra colaboração de peso do trabalho fica por conta dos rapazes do “Imagine Dragons”, na romântica “Heart Upon My Sleeve”.
O tom desesperançoso volta em “Bad Reputation”, quando o sueco se disse “desanimado e deprimido“. “Você nunca me viu sonâmbulo, indo para o nada, rolando para longe nos meus sonhos. Deitado acordado até a manhã. Cada palavra pela qual chamo apenas se perde no mar“, escreveu sobre como as questões de saúde mental impactavam em suas noites sem dormir. Na já conhecida “SOS”, ele falava abertamente sobre o vício em drogas e pedia por socorro. “Você pode me ouvir? SOS! Ajude-me a colocar minha mente para descansar. Duas vezes limpo de novo, estou tranquilo. Um quilo de erva e um saco de cocaína“, relatava.
“Fades Away”, que tem a missão de encerrar o disco, é não à toa, a composição mais otimista do trabalho. “Todos os tempos conturbados que temos superado. Todas as provações para encontrar algum lugar ao qual pertençamos. Tudo o que sei é que, com você, eu estou aguentando“, observava. Infelizmente, Avicii não suportou. Ele foi encontrado já sem vida em Mascate, Omã, em 20 de abril do ano passado. A hipótese de suicídio foi confirmada dias depois pelos familiares. Em março, a família do DJ anunciou a criação de uma fundação com o nome de nascimento dele, Tim Bergling, que ‘inicialmente se concentrará no apoio a pessoas e organizações que trabalham no campo das doenças mentais e prevenção do suicídio‘.
O disco “TIM” faz parte dessa luta e terá todos os seus lucros revertidos para a fundação. “Tim queria fazer a diferença. Essa é a nossa maneira de honrar sua memória e continuar a atuar em seu espírito“, declara sua família. Ouça abaixo a íntegra do trabalho. Obrigado, Tim! Sentiremos sua falta :)