Em entrevista à Televisa, exibida nesta terça (28), Shakira contou que a verdadeira inspiração por trás da parceria com o DJ Bizarrap no sucesso “Music Session #53” foi seu filho, Milan, de 10 anos. Na canção, como se sabe, a colombiana manda várias indiretas para o ex, Gerard Piqué, e a atual do jogador, Clara Chía. De acordo com a cantora, o primogênito deu palpites até mesmo na gravação do videoclipe.
“Foi uma sugestão dele. Milan me disse: ‘Mamãe, você tem que fazer algo com o Bizarrap, com esse Deus argentino’. Tenho, inclusive, guardado um áudio dele dizendo à Jamie Levine, minha empresária: ‘Jamie, você tem que fazer com que minha mãe cante com Bizarrap’”, relembrou a musa. “A parte boa de ter filhos pequenos é essa, conheci o trabalho de Biza graças a ele (Milan). Além disso, quando estávamos gravando o clipe, lembro de Milan dizer: ‘Você está um pouco longe do microfone, temos que ajustar isso e aquilo’. Ele tem um olhar crítico como o da mãe”, brincou Shakira.
Essa não é a primeira vez que Milan se envolve em um projeto da artista. Ele e o irmão Sasha, de 8 anos, também participaram da realização de outro videoclipe de Shakira, “Te Felicito”, lançado em abril de 2022. O hit – que também traz alfinetadas para Piqué, foi o primeiro indício de que algo não estava bem no relacionamento dos dois.
Em seguida, o jornalista Enrique Acevedo perguntou à cantora sobre sua vida após os acontecimentos turbulentos dos últimos meses, e como isso a motivou na interpretação de “Music Session #53”. Para Shakira, apesar do divórcio, foi um período de conquistas e destaque da música latina, um momento importante de ter transparecido sua coragem na indústria musical com composições tão íntimas. Atualmente, ela é a 5ª artista mais ouvida no mundo todo, um recorde para alguém que começou a carreira na década de 90.
“Sobretudo, sabe o que eu comemoro? Que isso aconteça com uma colombiana, com uma mulher latino-americana. Tudo isso faz valer a pena. Eu tenho uma função social, tenho um lugar. (…) Minhas letras e minhas canções, em geral, são mais eloquentes do que eu. Nunca tentei ser nada além do que honesta através da minha música, utilizá-la como uma catarse, uma terapia. Minhas letras são a melhor terapia, mais eficazes do que uma visita ao psicanalista. Alguém tinha que ter tirado uma foto do dia em que trabalhei na ‘Music Session #53’, um antes e um depois, porque entrei no estúdio de um jeito e saí de outro”, explicou a voz de “Hips Don’t Lie”.
“Por isso agradeço a Biza, por ter me dado o espaço e a oportunidade de desabafar. Foi importante para o meu próprio processo de recuperação, talvez eu estivesse em um lugar muito diferente se não tivesse feito essa canção. Foi uma forma de expressar e pensar na dor. Depois que você experimenta um desamor, uma traição, um vazio, uma decepção, o que quer que seja, você tem que sentir, mas também tem que racionalizar o que sente”, completou Shakira.
O novo álbum da cantora não poderia ficar de fora da conversa, e apesar de não dar detalhes, ela falou sobre sua luta constante contra a síndrome do impostor, mesmo quando continua recebendo apoio e carinho de todos os seu fãs. Foi difícil pra ela acreditar quando se viu no Top 1 das músicas mais tocadas do Spotify, no mundo, com “Music Session #53”. Escute:
“Às vezes, não acredito em mim, ou me sinto capaz do que sei que sou, ou sou tão hábil, ou criativa, ou talentosa. Talvez, essa pequena patologia me manteve aí motivada, querendo descobrir quem sou eu e o que posso oferecer. Isso é o que me faz ter vontade de voltar ao estúdio de gravação. Com a carreira, sempre há momentos em que há um pouco de amor e ódio, até de preguiça. Acho que imaginava que na minha idade estaria em uma fazenda criando galinhas, ordenando vacas, vendo crescer os filhos”, pontuou.
“Comecei a fabricar meu final feliz, mas a vida decidiu me colocar em posições incômodas, acho que para me dar uma compreensão de como vivem os demais. Sinto que vivi mais de uma vida, como os gatos. Estou em sexta ou sétima vida. Vivi a riqueza, a pobreza, as amostras de afeto, a discriminação, o preconceito. A vida me colocou em diferentes esquinas para mudar o ponto de vista. O que mais me falta? A dor não é mais do que uma emoção, no fim me dei conta de que estamos o tempo todo evitando a dor. Ela é parte da vida e está aí, sempre batendo na cara”, completou Shakira.
O assunto ainda rendeu muito pano para manga, e o primeiro recado direto de Shak para a atual de Piqué, Clara Chia Marti. “Há um lugar no inferno reservado para mulheres que não apoiam outras mulheres”, alfinetou a estrela. Ela ainda deu a entender que tudo o que passou foi um “despertar” para que se sentisse mais confiante em si mesma. “Sempre fui emocionalmente bastante dependente dos homens, já me apaixonei pelo amor, e acho que consegui entender aquela história de outra perspectiva e hoje me basto sozinha”, refletiu Shakira.
Por fim, ela destacou que hoje tem mais confiança em si mesma e que precisou se reerguer para cuidar de seus dois filhos, além de enfrentar a situação. “Tem sonhos que se desfazem e você tem que pegar os pedacinhos do chão e se recompor, para também ser um exemplo para os meus filhos”, reforçou. “Agora eu tenho mais confiança em mim mesma. Eu não sabia que poderia acabar sendo forte. Sempre me achei mais frágil. É verdade que tenho um pouco de tudo, mas é preciso ter fé”, concluiu.
Assista à íntegra:
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