Taylor Swift removeu uma cena controversa do seu novo clipe de “Anti-Hero” na Apple Music. A edição no vídeo oficial da música veio após críticas de que o trecho em questão era gordofóbico. No YouTube, entretanto, a cena polêmica ainda faz parte do clipe, que já tem mais de 33 milhões de visualizações e integra o novo álbum da cantora, “Midnights”, lançado na última sexta-feira (21).
A parte polêmica do clipe é a que Taylor sobe em uma balança no banheiro e dá de cara com o termo “Fat” (“Gorda”, em tradução livre) indicado no ponteiro. Em seguida, sua alter ego versão festeira olha para a medida e balança a cabeça em desaprovação. Swift se olha no espelho e reflete sobre a própria aparência com um olhar de culpa.
Nesta quarta-feira (26), a colunista da Teen Vogue, Catherine Mhoyli, refletiu sobre essa parte do clipe em um artigo de opinião sobre a gordofobia. “Este alter ego, o ‘anti-herói’, é uma voz na cabeça [de Swift] que a antagoniza, insulta e atormenta com pensamentos intrusivos. Esse anti-herói existe dentro de sua cabeça e a convence de que ela é ‘gorda’ e, como não há mais exploração, a gordura neste momento é essencialmente equiparada ao fracasso”, avaliou.
“O que Taylor não percebe é que essa mesma voz existe para pessoas gordas, mas não está em nossas cabeças. Essa voz não é apenas intrusiva, é difundida, está em todos os aspectos de nossas vidas; está em todas as novas tendências gordofóbicas no TikTok, ou mesmo em uma cena de oito segundos de um vídeo de cinco minutos do seu artista favorito. O lembrete constante de que o medo de ser gordo é o que mantém uma pessoa magra à noite”, opinou Mhoyli.
“Ao ter a palavra ‘gordura’ aparecendo na balança, ela [Taylor] fez uma escolha de nomear explicitamente seu demônio, o medo de ser chamado de gorda, que é a gordofobia em seu sentido mais literal”, concluiu a colunista.
Antes de lançar o clipe na última sexta (21), em seu documentário “Miss Americana”, de 2020, Taylor deu a entender que ela já lutou contra a própria imagem corporal e distúrbios alimentares no passado. Essa cena do clipe “Anti-Hero” parece remeter a esses traumas antigos da cantora, assim como outros de seus “demônios” que ela apresenta no vídeo.
Em 2020, em uma entrevista para a revista Variety, a artista confessou: “Minha relação com a comida era exatamente a mesma visão psicológica que eu apliquei a todo o resto na minha vida: se me davam um tapinha na cabeça, eu registrava isso como bom. Se me davam uma punição, eu registrava isso como ruim”.
Na descrição por trás da música “Anti-Hero”, terceira faixa do álbum “Midnights”, Taylor explicou como a letra fala sobre suas inseguranças. “Essa é uma das minhas músicas preferidas que já escrevi. Acho que nunca me aprofundei tanto em minhas inseguranças neste nível de detalhe antes. Eu luto muito com a ideia de que minha vida se tornou de um tamanho incontrolável e, para não parecer muito obscura, eu luto contra a ideia de não me sentir como uma pessoa”, comentou.
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“Essa música é uma espécie de tour guiado por todas as coisas que eu não gosto em mim mesma. Todos nós odiamos as coisas sobre nós mesmos, e são todos esses aspectos das coisas, que não gostamos e gostamos de nós mesmos, que temos que chegar a um acordo, se vamos continuar sendo essa pessoa“, finalizou Swift, em uma publicação no Instagram.
Assista ao clipe de “Anti-Hero”:
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