“A Favorita” está no ar, mas um pouquinho diferente de sua versão original! Nesta terça-feira (20), a TV Globo cortou uma cena na qual Flora (Patricia Pillar) humilhava idosos. Eita!
Na sequência que não foi ao ar no “Vale A Pena Ver de Novo”, a vilã debochava, também, de Irene (Glória Menezes) e Copolla (Tarcísio Meira) em uma conversa com Silveirinha (Ary Fontoura). Nos capítulos finais do folhetim, a matriarca dos Fontini conseguiu escapar da Triunfo e então partiu em uma viagem com seu grande amor do passado para Paraty, no Rio de Janeiro. Ela então deixou Gonçalo (Mauro Mendonça) doente de preocupação com seu sumiço.
Certa de que a avó de sua filha se reuniu com o operário, Flora destilou seu veneno em um papo com o mordomo. “Será que eles não têm noção do ridículo?”, começou ela, em tom de deboche. “Um quadrado amoroso na terceira idade. Mas é muita baixaria, é o cúmulo da pouca vergonha. Como é que pode a Irene, uma velha, que mal se aguenta em pé, arrastar o amante pra Paraty? Gente, que velhinha fogosa”, acrescentou a vilã, no capítulo que foi ao ar em 2008.
Na reprise, o comentário da personagem de Pillar foi cortado sem dó, mas é claro que os telespectadores sentiram falta da cena em questão, especialmente porque o trecho virou “meme” nas redes sociais. “Sabe o estatuto do idoso? A Flora rasgou”, comentou Paula Moretti no Twitter. “Por isso eu não gosto desse tipo de reprise. Se é pra cortar tanta coisa, não seria melhor reprisar uma obra mais coerente com a classificação indicativa do horário? Por qual motivo compensa reapresentar uma novela retalhada?”, se revoltou um internauta. Relembre o momento:
A globo cortou!!
"Será que eles não tem noção do ridículo, um quadrado amoroso na terceira idade. Mas é muita baixaria, é o cúmulo da pouca vergonha. Como é que pode a Irene, uma velha, que mal se aguenta em pé, arrastar o amante pra Paraty, gente que velhinha fogosa" #AFavorita pic.twitter.com/6FGTPluAcq— Arquivos Patricia Pillar (@arquivospillar) September 20, 2022
Reprise sob investigação
O corte, entretanto, tem um motivo bastante plausível por trás. Meses após o início da reprise no “Vale A Pena Ver de Novo”, “A Favorita” entrou na mira do governo. O SBT denunciou a reprodução da novela ao Ministério da Justiça devido à classificação indicativa. As informações são do Notícias da TV. A emissora de Silvio Santos alegou que o conteúdo do folhetim de João Emanuel Carneiro é inadequado para o horário vespertino.
A denúncia recebeu apoio do governo, que concordou com os argumentos e então decidiu monitorar e investigar a reprise da TV Globo. Na semana passada, a edição da trama também tirou do ar uma cena de teor homofóbico em que Flora debocha de Orlandinho (Iran Malfitano) por “dançar de forma afeminada”.
O Ministério da Justiça apontou ter identificado elementos que corroboram com a tese do SBT e, por isso, notificou a Globo, que teve de fazer a alteração na classificação indicativa da novela. A emissora carioca argumentou que o Ministério analisou a íntegra da produção, disponível no Globoplay, e não a editada, que é de fato exibida diariamente no fim da tarde. Nesta versão alternativa, cenas mais pesadas de morte e violência são alteradas, principalmente os assassinatos cometidos por Flora.
“A versão que está sendo exibida no Vale a Pena Ver de Novo não é a versão integral da obra, mas sim uma versão editada dia após dia, que sofre naturalmente cortes em seu conteúdo, visando adequá-la ao espaço de tempo de duração do Vale a Pena Ver de Novo, além da adequação ao seu público-alvo”, reforçou a Globo, em comunicado.
No entanto, no dia 24 de agosto, o MJ manteve a decisão e decidiu dar o selo +14 para “A Favorita”, ou seja, recomendada para maiores de 14 anos. “A novela não encontra condições de ter o selo +12. Encontramos elementos de +16, mas vamos manter sua classificação como não recomendada para menores de 14 anos”, decidiu a organização. Mesmo com a reclassificação, a Globo não corre riscos, já que em 2016, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), a classificação indicativa não é mais vinculada ao horário de transmissão.