“A Máfia dos Tigres”: Diretora diz que Joe Exotic é racista, e relembra detalhes dos bastidores: ‘Falava coisas perturbadoras’

Quem assistiu a “A Máfia dos Tigres” na Netflix, certamente se surpreendeu com Joe Exotic, o excêntrico dono de grandes felinos. Por conta da grande repercussão da produção nas redes, vídeos antigos do protagonista – atualmente preso – foram resgatados. Em uma das gravações, Joe reclamava de não poder fazer uso do termo “nigger” (“negro”), considerado extremamente racista nos Estados Unidos.

“É patético! Eu não posso dizer a palavra ‘N’, porque sou branco! O que é isso? Discriminação?”, disparou. A fala causou furor entre internautas, mas Rebecca Chaiklin, uma das diretoras da série documental, não se mostrou surpresa com a colocação de Exotic. “Sim. Joe é racista, eu diria categoricamente. Ele disse coisas quando estávamos filmando que eram muito perturbadoras”, revelou sobre os bastidores, durante entrevista ao The Hollywood Reporter.

Quando questionada sobre os motivos de não abordar esse aspecto da personalidade de Joe na série, Rebecca disse que o lado racista do personagem “não tinha um contexto na história”, acrescentando que ele ainda tem muito a aprender. “Acho que a maior parte disso foi [causada por] ignorância e pela pouca exposição, e acho até que ele evoluiu ao longo do tempo que filmamos”, prosseguiu.

Independentemente de como está sendo retratado ou avaliado pelos espectadores, Exotic se mostrou “extasiado” com sua nova fama. “Joe me ligou várias vezes nos últimos dias e semanas. Ele está absolutamente empolgado com a série e com a ideia de ser famoso. Ele sempre quis ser uma estrela”, comunicou o também diretor da produção, Eric Goode, ao Los Angeles Times.

O contato com Joe, no momento, está impossibilitado, visto que o detento foi transferido para uma penitenciária federal no Texas. Ele foi isolado após receber a confirmação de que alguém contraiu o Covid-19 na prisão do condado em que o adorador de grandes felinos cumpria pena.

Joe Exotic em “A Máfia dos Tigres”. (Foto: Divulgação/Netflix)

Mesmo não tendo assistido ao produto final de “Tiger King”, Joe já havia feito algumas sugestões sobre quem deveria retratá-lo, caso um filme ou programa de TV baseado em sua vida, fosse criado. “Ele gostaria que Brad Pitt ou David Spade o interpretassem”, disse Chaiklin.

Uma minissérie, inclusive, baseada no podcast “Joe Exotic: Tiger King” já está em andamento. O papel de Carole Baskin, ativista pelos direitos dos animais e dona de um refúgio para felinos, já foi dado a Kate McKinnon. O interprete de Exotic ainda não foi definido.