Ana Maria chora ao vivo em homenagem certeira para Rebeca Andrade: “Há tempos a gente não tem um ídolo”; assista

Campeã olímpica celebrou sua passagem pelos jogos de Paris, e revelou que quase desistiu da ginástica quando era mais nova

Ana Maria Braga e Rebeca Andrade protagonizaram um momento emocionante no “Mais Você” desta terça-feira (13). A apresentadora não segurou as lágrimas ao ler um texto sobre a medalhista e elogiou a performance dela durante as Olimpíadas de Paris. A ginasta agradeceu pelo carinho de todos, inclusive de seu treinador, e surpreendeu ao revelar que já pensou em desistir da carreira.

Em um momento do matinal, Ana Maria leu a mensagem para Rebeca. “Diz assim: ‘Faz um longo tempo que não tenho vontade de escrever ou expressar algo a respeito de alguém. Mas hoje você recebe a Rebeca Andrade. Ela não é apenas a maior medalhista olímpica do Brasil. [A ginástica] é um esporte de extrema dificuldade. Penso que ela deve ser colocada ao lado de ícones como Pelé, Ayrton Senna e Guga'”, iniciou ela, já com a voz embargada.

“‘Rebeca transcende a descrição, caráter e nobreza, o que a faz um ídolo maior. Inspiradora. Que bom que o Brasil pode sentir orgulho e admiração, algo que não sentíamos [faz tempo]‘. É a mais pura verdade, há tempos a gente não tem um ídolo. Desculpa, eu choro mesmo”, completou a apresentadora, em meio às lágrimas. Assista:

Andrade também se emocionou e reagiu ao recado especial. “Eu cheguei em um patamar onde as pessoas me admiram não só pela atleta que eu sou, mas pela pessoa também que eu mostro ser. E graças à educação da minha mãe, a todas as pessoas que passaram pela minha vida e eu soube pegar as coisas boas”, observou.

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“Eu não sou perfeita, sou cheia de defeitos e todo mundo é, mas eu tento sempre ser o melhor que eu posso. Pras pessoas que acreditam, pra quem não acredita também, porque tem gente não gosta da gente. E está tudo certo. Eu vou vou cuidar sempre com muito carinho de tudo o que eu consegui conquistar, porque não foi fácil chegar até aqui. Então se hoje eu sou considerada como um ícone, um ídolo, realmente é uma honra pra mim”, completou a medalhista olímpica.

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Olimpíadas de Paris

Rebeca Andrade voltou para casa com quatro medalhas, sendo uma de ouro no solo, uma de prata no salto e outra no individual geral, e uma de bronze por equipes. Os prêmios se juntaram às outras duas conquistas que ela teve nas Olimpíadas de Tóquio (2020), e lhe garantiram o recorde de atleta brasileira mais premiada nos Jogos.

No matinal, a ginasta celebrou o feito. “Assim que terminei a competição, mandei a mensagem pro Chico [treinador] agradecendo por mais uma vez ele ter me colocado numa Olimpíada. Ter me preparado para eu ser, mais uma vez, medalhista. Ele está comigo desde os meus 7 anos e agora estou com 25, então eu tenho Chico como meu pai. Ele me respondeu falando que nunca tinha imaginado que a gente fosse conquistar tantas coisas”, recordou.

Contudo, para Rebeca, ela ganhou muito mais do que apenas as medalhas. “É claro que ele acreditava em mim, no meu potencial. Mas o que a gente conquistou foi mais do que a gente pediu. Eu queria, sim, ter as minhas realizações, mas eu ganhei muito mais do que isso. Não são só as medalhas, são as pessoas, como somos como equipe. Tenho um orgulho enorme. Eu me sinto muito orgulhosa de mim”, ressaltou. Veja:

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Medalha de ouro e momento histórico

No papo, a campeã não deixou de comentar a conquista pela medalha de ouro no solo da Ginástica Artística, além da reverência que ganhou das adversárias, Simone Biles e Jordan Chiles. “Foi sensacional. Eu acho que elas entenderam que também era um momento muito especial e importante pra mim. E ao mesmo tempo pra nós. Estávamos lá, três mulheres pretas representando tantas coisas. Foi tão especial. Foi histórico! Nunca tinha acontecido”, disse Rebeca.

“Eu acho que foi uma reverência não só pra mim, mas pra todas as meninas, mulheres e pra todas as pessoas que batalharam tanto pra mostrar que é possível, que pode acontecer, que a gente merece estar ali. E por ser um momento especial pra mim, o que eu acredito que elas realmente tenham entendido isso também, fizeram [a reverência]. Foi sensacional”, externou.

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Relação com Simone Biles

A rivalidade entre Rebeca e a norte-americana Biles cresceu ainda mais ao longo da competição, devido ao alto rendimento de ambas. Entretanto, a brasileira esclareceu no papo com Ana Maria, que a relação delas fora das arenas é bem diferente.

“A gente se apoia muito a ser melhor, a mostrar o nosso máximo, a fazer a melhor série, a querer cravar, fazer bonito. E eu acho que isso é o esporte, é você incentivar as pessoas que estão ali ao seu lado e realmente fazê-las acreditar que você pode ser melhor, pode alcançar, porque você merece”, pontuou.

“Só você conhece a tua história. E qual história você quer passar? A que a gente quis passar foi essa que, apesar de sermos adversárias dentro do ginásio, não tem rivalidade entre a gente, [nos apoiamos]. E vamos sempre nos apoiar, independente do lugar em que a gente esteja. Eu torço muito por ela, fiquei muito feliz que ela voltou depois de um período tão difícil pra ela em Tóquio, quando ela precisou abrir mão da Olimpíada. É muito difícil”, declarou a medalhista.

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Vida na ginástica

Em outro momento do “Mais Você”, Andrade recordou que sua vida começou na ginástica começou aos cinco anos de idade. “No começo, era brincadeira. Eu sempre fui muito espoleta. Ficou sério mesmo quando eu precisei sair de casa, eu tinha 10 anos. E aí minha família toda ficou em Guarulhos (SP) e eu fui pra Curitiba com dois treinadores e algumas atletas”, explicou ela, que hoje treina de seis a sete horas por dia.

Apesar do sucesso que foi conquistando, Rebeca também enfrentou algumas dificuldades no esporte, principalmente após sofrer três lesões graves no joelho. “Eu pensei em desistir, não vou mentir. É muito difícil para um atleta de alto rendimento sofrer uma lesão que deixa tanto tempo longe do seu ambiente. Mas minha mãe estava ali do meu lado. Da primeira vez, ela falou: ‘A mãe não vai deixar você desistir porque você está com medo de tentar'”, recordou.

“E era exatamente isso, eu estava com medo de não ser boa o suficiente. Eu sabia que eu tinha talento. Como eu era muito nova, a expectativa das pessoas em cima de mim era algo que me preocupava também. Eu era uma criança, eu só tinha 15 anos. Minha mãe sabia disso, ela me deu a maior força, foi comigo pro ginásio. Assim que eu voltei, eu sabia que ia voltar. Eu amo fazer ginástica”, completou. Confira:

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