BBB 21: Gilberto se emociona ao lembrar episódios de preconceito na igreja, e explica como Pabllo Vittar o ajudou: “Tudo pra mim” — assista

Gilberto segue protagonizando discursos inspiradores dentro do “Big Brother Brasil 21”. Nesta quarta-feira (27), o economista destacou por qual motivo Pabllo Vittar o inspira tanto, e emocionou os colegas ao falar do preconceito que enfrentou ao longo da vida por ser gay. O participante lembrou de momentos lamentáveis que viveu na época em que era missionário da igreja mórmon.

Durante a conversa com João, Projota, Lumena e Camilla de Lucas, Gil explicou que tem uma grande admiração pela drag queen. “Tanto que eu falei pra ele, a Pabllo pra mim representa muito. Aquela música ‘Indestrutível’ significa tudo pra mim”, disse o brother, demonstrando que fica arrepiado só de lembrar. A composição fala justamente sobre sofrer, mas confiar que “um dia tudo vai ficar bem e essas feridas vão se curar”.

E não é à toa que a canção tenha tanto significado para Gilberto. O brother “assumiu” sua orientação sexual quando já era mais velho, e viveu episódios de pura opressão por conta do seu jeito, tido como afeminado pelos colegas. “Quando ele começa [no clipe da música]: ‘Essa coca é fanta’… Ainda mais eu que vivia dentro da igreja. A pior coisa que tem, amiga, é alguém olhar pra você, tá conversando, e tu sabe que tem alguém dizendo assim: ‘Olha o jeito dele’. Aí você fala, ‘tem algo errado com meu jeito'”, disse.

O economista recordou que na época em que era missionário da igreja mórmon, ele sentiu na pele a discriminação, mesmo sem ter revelado sua sexualidade. “Na missão, meu companheiro falava: ‘Amigo, teu jeito tá errado. Eu não quero andar contigo na rua desse jeito. Tu tem que treinar como é o jeito de homem'”, falou Gil. Em seguida, o brother reproduziu como ficava “ensaiando” formas para parecer mais masculino, enquanto o outro missionário filmava tudo para mostrar o que ele estava “errando”.

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“[Eu falava:] ‘Amigo, tá bom?’. Ele filmava, aí eu via, ficava com vergonha. Tanto que até hoje eu tenho um receio de me ver, sabe? Porque eu sempre acho aquele trauma dele gravar, ‘Vai, amigo! Vai! Coça assim, coça num sei o quê. Num tá bom! De novo'”, lembrou-se o economista, com a voz embargada. “Quando eu digo que demorei muito para aceitar esse Gil, que é assim mesmo, que num sei o quê, não foi da noite assim. É por que teve muita coisa, porque eu vi na religião [o preconceito]”, acrescentou.

O participante ainda lamentou que, no passado, costumava fazer bullying com outras pessoas para tentar se proteger. “Eu tinha tanto medo quando as pessoas me apontavam, que quando eu vi outras pessoas com o mesmo jeito que eu, fazia: ‘É bicha!’. Pra ninguém olhar pra mim, porque eu tinha muito medo. Eu tenho alguns amigos que me arrependo tanto [de ter feito isso], e eu nunca consegui pedir perdão. Eu queria pedir desculpas”, assumiu.