Gabriela Prioli, comentarista da CNN Brasil, se pronuncia após atritos ao vivo com Reinaldo Gottino e Tomé Abduch: “Não consigo atingir o meu objetivo se for constrangida”

Neste domingo (29), menos de um mês após sua estreia na CNN Brasil, Gabriela Prioli postou um longo desabafo sobre sua insatisfação com questões internas da emissora. Na última semana, a comentarista teve atritos com o mediador Reinaldo Gottino e seu companheiro de bancada Tomé Abduch, ao ser interrompida em diversos momentos por ambos durante “O Grande Debate”.

O quadro é inspirado no norte-americano “The Great Debate”, em que duas pessoas trazem pontos de vistas diferentes sobre um mesmo assunto político. Originalmente, Gabriela dividia a bancada com Caio Coppolla, mas o comentarista foi afastado no último dia 18, três dias após a estreia da emissora, por recomendações médicas. Abduch o substituiu.

Desde a estreia do canal, no dia 15 de março, a professora de Direito tem ganhado destaque nas redes sociais por seu posicionamento claro e boa oratória. Em dois momentos da última semana, entretanto, ela teve que se esforçar para expressar seu ponto de vista. Na terça-feira (24), em um debate sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de suspender o trecho da medida provisória 927, que previa a suspensão de contratos trabalhistas por até quatro meses devido à crise provocada pelo coronavírus, Tomé a interrompeu diversas vezes durante sua fala.

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O mesmo aconteceu na última sexta-feira (27), mas dessa vez com Reinaldo Gottino. Em um momento da discussão sobre a prisão domiciliar do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o mediador contestou a fala de Gabriela, mas não a deixou se explicar, continuamente interrompendo seu raciocínio. Assista:

https://twitter.com/tododiaprioli/status/1243560486161076230?s=21

Após os casos, Gabriela usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre a situação. “Queridos antigos e novos amigos, os últimos dois dias foram de muita reflexão”, iniciou ela. “Não é fácil ser firme no início de um projeto profissional, mas é impossível não me comportar segundo aquilo que eu defendo, apesar das possíveis consequências”, afirmou.

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A mestra em Direito Penal, em seguida, explicou que seria hipócrita não se posicionar, uma vez que sempre fala para as pessoas a sua volta serem firmes e “não cederem diante de comportamentos que considerem inadequados”. “Em mais de uma oportunidade tive que me posicionar cobrando respeito ao meu espaço de fala. É preciso ser mais contundente”, acrescentou.

“O meu compromisso é com um debate racional, prospectivo, informativo e respeitoso. Não consigo atingir o meu objetivo se for constrangida e não posso seguir participando do debate sem que a convicção sobre a gravidade do constrangimento não seja só minha, mas de todos os envolvidos, na frente e atrás das câmeras”, declarou a comentarista, sobre o trabalho na CNN.

Gabriela deixou claro que não estava satisfeita quanto aos últimos debates (Foto: Reprodução/CNN Brasil)

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Em seguida, ela mencionou diretamente a discussão ao vivo com Gottino. “Não posso legitimar que o achismo seja equiparado ao conhecimento científico nem contribuir para acirrar a polarização”, reforçou. “Seguirei, por enquanto, dividindo com vocês as minhas análises nas minhas redes e pensando em outras formas para podermos interagir e evoluir com qualidade”, apontou.

Por fim, Gabriela usou o espaço para falar sobre o reconhecimento que obteve nos primeiros 14 dias de trabalho. “Nessas últimas duas semanas o nosso grupo cresceu e isso me traz profunda satisfação. O meu maior prazer é essa troca que tenho com vocês. Fica aqui então o meu muito obrigada. Nos posicionar é a forma que nós temos de conscientizar o mundo daquilo que nós consideramos fundamental”, concluiu.

https://www.instagram.com/p/B-UkEpZhKIZ/