Linha Direta: Viúva Negra é acusada de matar 4 ex-companheiros, e repórter da Globo faz desabafo surpreendente; assista

Há mais de cinquenta anos, os familiares das vítimas ainda batalham para que a Viúva Negra seja condenada antes da prescrição de seus crimes

Nesta quinta-feira (8), foi ao ar mais um episódio de “Linha Direta“, desta vez explorando o caso macabro da “Viúva Negra”, acusada de cometer uma série de barbaridades e, até hoje, permanecer impune. Em uma reviravolta surpreendente, foi revelado pelo jornalista Eric Faria, da TV Globo, que um tio dele também foi vítima.

Segundo narrado por Pedro Bial, Heloísa Borba Gonçalves, hoje com 73 anos, ficou conhecida como Viúva Negra, pois atentou contra a vida de ex-companheiros. De acordo com a investigação, a criminosa sempre seguiu o mesmo padrão: ela escolhia homens mais velhos e solitários, se aproximava deles até que o relacionamento romântico se transformava em casamento. Na sequência, Heloísa engravidava das vítimas e então os assassinava para ficar com todos os seus bens.

As mortes tiveram início em 1970, com a primeira vítima sendo o médico alemão Guenther Wolf, com quem a criminosa havia se casado há pouco. Ele perdeu a vida em um misterioso acidente de carro e, seis meses depois, ela deu à luz Vitória Leticia e a registrou como filha de Guenther, herdando assim toda a fortuna de Wolf.

Sete anos depois, Heloísa se casou com Carlos Pinto da Silva. O homem foi vítima de um atentado a tiros em Salvador, na Bahia, mas sobreviveu. Anos mais tarde, na década de 1980, ela se casou com o português Irineu Duque Soares, que foi assassinado cinco meses após a união. Após registrar o bebê, Daniel, em nome do falecido, Heloísa herdou os bens do terceiro marido.

Em 1990, a criminosa se envolveu com Nicolau Saad, que também foi morto pouco depois do início da relação. Dois anos mais tarde, o coronel Jorge Ribeiro, então companheiro de Heloísa, foi brutalmente assassinado a golpes de marreta e teve seu corpo encontrado amarrado em uma sala comercial em Copacabana, na zona sul do Rio.

Em 1993, Wagih Murad, outro ex-marido, morreu após um atentado. Heloísa é suspeita da morte dele e também da morte de um outro homem que o acompanhava, bem como de tentar matar o filho dele, Elie Murad, e também de mandar matar o detetive Luiz Marques da Mota, contratado por Elie para investigar a morte do pai. Ela não foi acusada formalmente no caso.

Em 2011, Heloisa foi condenada a 18 anos de prisão em regime fechado pela morte de Ribeiro. O crime foi a julgamento seis vezes, mas nas primeiras cinco, a Viúva Negra não compareceu. Na sexta vez, a criminosa foi julgada de acordo com a Lei da Cadeira Vazia, que se assegura que mesmo em casos de faltas seguidas do réu, o julgamento possa ser realizado.

A criminosa vinha fugindo da Justiça desde 2005, quando foi denunciada pelo Ministério Público pelo crime. Desde então, ela nunca mais foi encontrada. Além das mortes, a Viúva Negra é investigada por estelionato, falsidade ideológica e fraude. Seus crimes hediondos lhe renderam um espaço na lista dos criminosos mais procurados do mundo, tanto do FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA) quanto da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

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De acordo com o Linha Direta, a polícia passou anos sem qualquer notícia sobre o paradeiro da assassina. No entanto, em 2013, ela foi encontrada pelo FBI na Flórida, nos Estados Unidos, desta vez vivendo com um novo nome: Heloísa Saad Lopes. Apesar de ter sido localizada, sua extradição ao Brasil foi inviabilizada, já que a criminosa conseguiu cidadania norte-americana, tendo se casado pela 9ª vez, neste caso com um cidadão americano.

Desde então, as autoridades norte-americanas investigam a Viúva Negra pelo uso de documentos falsificados, na tentativa de ocultar seus crimes e, consequentemente, conseguir a cidadania do país. Enquanto o processo corre na Justiça, Heloísa tem transitado livremente pelos Estados Unidos, sem pagar pelos assassinatos. De acordo com o Linha Direta, no Brasil, os familiares das vítimas ainda batalham para que a criminosa seja condenada antes da prescrição de seus crimes.

Viúva Negra é procurada há mais de 50 anos pela morte de 4 ex-companheiros. (Foto: Reprodução/TV Globo)

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Ao longo dos mais de cinquenta anos de crimes, a Viúva Negra tirou a vida de quatro ex-companheiros – um deles o tio do repórter Eric Faria. Com a repercussão do caso no programa da TV Globo, o jornalista esportivo fez um desabafo sobre o assunto nas redes sociais.

“Não sei se todos estão assistindo ao Linha Direta. Pois, faz 40 anos que essa história macabra bateu na minha família”, revelou ele, no Twitter. “Uma das vítimas da Viúva Negra era meu tio, irmão da minha mãe. Incrível quanta gente sofreu, e a assassina segue solta!”, se revoltou.

Eric Faria revela conexão com crimes da Viúva Negra, caso relatado pelo Linha Direta. (Foto: Reprodução/Twitter)

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Eric recebeu uma série de mensagens de apoio de internautas, que ficaram chocados com o ocorrido. “Minhas condolências, Eric. Fico feliz de você e sua família terem sido resilientes o suficiente para seguir com a vida, obterem sucesso, apesar de ainda não terem justiça. Vou ver o episódio. Abraços”, declarou um seguidor.

“Que horror, amigo. Imagino a dor de sua mãe, perder o irmão de forma tão trágica. Receba meu afeto”, escreveu outra. Pouco depois, Faria excluiu a publicação e não falou mais sobre o caso. Assista ao programa completo abaixo:

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